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sábado, 22 de maio de 2010

MS amplia e prorroga vacinação


Durante a manhã, no posto de saúde São João, em Lagoa Seca, uma enorme fila se formou. Os portões precisaram ser fechados

A campanha de vacinação contra a gripe H1N1 se encerraria ontem em todo o Brasil, mas o Ministério da Saúde decidiu pela prorrogação da campanha e estendeu a vacinação às crianças de 2 a 5 anos. Em Natal, mesmo antes da confirmação de que o prazo para a vacinação de gestantes e adultos entre 30 e 39 anos seria prorrogado, já havia a definição de que as cerca de 70 mil doses restantes seriam aplicadas. Os dois grupos, inclusive, foram os que tiveram o menor índice de cobertura durante o período normal da campanha, o que motivou ações extras das secretarias de Saúde do estado e da capital. Os titulares das pastas terão reunião na segunda-feira (24) para discutir o novo período de vacinação.

Para o novo grupo, o Ministério da Saúde disponibilizará 10,8 milhões doses da vacina. O município e estado organizam atividades para que os demais grupos de risco sejam atendidos nos postos de saúde e em outras localidades. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), inclusive, vai ceder 15 funcionários para auxiliarem na vacinação em Natal.

De acordo com a chefe do Departamento de Vigilância à Saúde da SMS, Cristiana Souto, a partir desta segunda ocorrerão visitas pré-agendadas a algumas indústrias. “É onde há grande concentração, sobretudo de trabalhadores entre os 30 e os 39 anos, que queremos atingir. E essa parcela da população é a a que mais teve dificuldade em ir até os pontos, por uma questão de tempo mesmo”, ressaltou.

Além das visitas às empresas, também serão abertos postos de vacinação no Hotel Ducal e no shopping Midway Mall, a partir de terça-feira, destinados aos dois públicos de menor cobertura da campanha. Quem ainda não se vacinou e pertence aos outros grupos de risco (crianças até dois anos, portadores de doenças crônicas, trabalhadores da área da saúde e adultos de 20 a 29 anos) podem tentar se imunizar nos postos de saúde, que irão aplicar as doses.

Em nível estadual as gestantes e os adultos de 30 a 39 anos formam também os públicos de menor abrangência da campanha, com uma cobertura de 56,45% e de 30,37%, respectivamente. O percentual ainda está longe da meta da campanha, que era atingir pelo menos 80% de cada público. A vacinação começou no início de março e até a tarde de ontem, com a intensa demanda nos postos de saúde de Natal, tinham sido aplicadas 944.530 doses, configurando uma cobertura de 64,97%. A meta no estado é que 1.453.739 pessoas sejam vacinadas. “Está sendo uma verdadeira guerra remanejar as vacinas e atender todos os pedidos”, resumiu Cristiana Souto durante a manhã de ontem.

Gripe comum

Faltam doses em natal

O maior problema enfrentado pelas equipes de vacinação, nessa sexta-feira, disse respeito à falta de doses contra a “gripe comum” para os idosos, cuja campanha também se encerrava ontem. “Pedimos mais mil doses ao Estado e estamos aguardando para distribuir nas unidades de referência onde faltou. A maior procura tem sido no centro de saúde São João, no Tirol, e no de Nova Descoberta” revelou a chefe do Departamento de Vigilância à Saúde, Cristiana Souto. No Tirol a vacina contra a gripe comum estava em falta desde quinta-feira e não havia chegado até as 10h30 de ontem, enquanto em Nova Descoberta as doses acabaram no final da manhã dessa sexta, mas em menos de uma hora um novo lote foi entregue à unidade. O problema vem ocorrendo devido ao número limitado desse tipo de vacina, enviado pelo Ministério da Saúde. Enquanto em 2009 foram vacinados 67 mil idosos, este ano chegaram apenas 63 mil doses. A vacinação para os idosos contra a gripe comum continuará até o dia 2 de junho, assim como a vacinação contra o vírus H1N1. A Sesap informou que há poucas doses da vacina disponíveis e a tendência, caso não haja reposição por parte do Ministério, é que já na próxima semana elas estejam esgotadas.

Posto precisa fechar os portões para conter fila

Antes da divulgação da prorrogação da vacinação, as filas formadas durante a manhã de ontem por pessoas em busca da vacina contra a H1N1 ocupavam os corredores dos postos de saúde de Natal, chegando até a parte externa das unidades. Foi assim em Brasília Teimosa, Nova Descoberta e Tirol. Nesse último bairro, o Centro de Saúde São João fechou os portões por volta das 10h, já que o turno da manhã se encerraria às 11h e a quantidade de pessoas ainda na fila, cerca de 100, obrigaria os funcionários a estenderem o atendimento por todo horário do almoço, já que a equipe da tarde só entra às 13h.

Durante a manhã, mais de 400 vacinas foram aplicadas no local. “Estava com medo, mas apareceu o tempo hoje e resolvi vir. É melhor se prevenir”, admitiu o ASG Flávio de Lima. Quem não pôde entrar no posto reclamou da situação. “Vou procurar outro, mas não sei onde”, revelou o funcionário de uma produtora de cinema, Alexandre Caldas. No lado de dentro, a fila atingia o pátio externo do centro de saúde e uma caixa com centenas de seringas utilizadas comprovava a demanda do último dia de campanha.

Em Brasília Teimosa, a diretora Margareth Lisboa teve de requisitar um novo lote de vacinas durante a manhã. “Aqui vem gente das Rocas, Ribeira, Praia do Meio, Santos Reis, Cidade Alta, então a nossa demanda tem sido imensa esses dias”, destacou. A expectativa era de superar as 200 doses aplicadas somente no dia de ontem. Assim como nas demais unidades, a tendência era de manter a vacinação dos grupos de risco, na próxima semana, enquanto durar o estoque.

A artesã Magnólia Ferreira Mamede conseguiu um tempinho para esperar uma hora na fila, até ser atendida. “Tinha de vir, não ia deixar passar.” Mas nem todos tiveram a mesma paciência. A industriária Selma Maria Ramos desistiu de vacinar-se quando viu a fila de mais de 50 pessoas. “Para mim não há condições de ficar esperando em uma fila desse tamanho. Trabalho no turno da noite e preciso dormir um pouco”, explicou.

Já em Nova Descoberta a prioridade nos próximos dias será atender as pessoas acamadas, que não puderam ir até a unidade se vacinar durante a campanha, e também a aplicação da segunda dose das crianças de até dois anos, que tem de ser tomada 30 dias após a primeira. “Para os demais não temos como garantir que haverá vacina”, explicou a diretora Solange dos Santos.
Fonte: Tribuna do Norte

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