- GESTÃO 2013 - Quem sabe faz agora!

domingo, 18 de setembro de 2011

Alzheimer, um mal pouco conhecido

O diagnóstico da doença de Alzheimer é desconhecido para 75% dos portadores, segundo um relatório mundial divulgado pela Alzheimer's Disease International (ADI), órgão que reúne associações sobre a doença no mundo e está ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS). Estima-se que 36 milhões de pessoas convivam com o problema no mundo.

O estudo foi conduzido por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do King's College, em Londres. Coordenados pelo professor Martin Price, os cientistas descobriram que mesmo países ricos detectam e documentam apenas de 20% a 50% dos casos da doença. Nas demais nações, o número de notificações da doença é igual ou inferior a 10%.

A falta de diagnóstico atrasa a chegada de informações, cuidados e tratamento para os portadores. Quando descoberta cedo, a doença de Alzheimer pode ter seus sintomas amenizados. Não há cura disponível para o problema, que afeta o bom funcionamento da memória, da coordenação motora e da capacidade de aprender.

Para Prince, todos os países devem desenvolver estratégias nacionais para promover o diagnóstico precoce e o acompanhamento do avanço da doença nos pacientes por parte da comunidade médica.

A ideia é que os profissionais de saúde sejam capazes de detectar a doença nos primeiros momentos. O relatório também cita a necessidade de investimentos em pesquisas e o cumprimento das normas para diagnóstico definidas pela OMS para o combate ao Alzheimer.

O especialista ainda destaca que parte das intervenções feitas pelo médicos durante o tratamento da doença são mais eficientes apenas quando aplicadas durante o surgimento dos primeiros sintomas.

Segundo o relatório, ainda é comum que as pessoas acreditem que a doença seja uma parte natural do envelhecimento e que nada pode ser feito para revertê-lo. O relatório completo, em inglês, pode ser acessado no site.

O desconhecimento entre o portadores deve-se, em parte, ao fato de que o mal de Alzhiemer não é uma doença que se instalada de imediato na vida do paciente. Pesquisa norte-americana apontou que o cérebro das pessoas que têm mal de Alzheimer começa a sofrer alterações até uma década antes dos primeiros sinais de demência.

Os resultados do estudo da Faculdade de Medicina de Harvard foram publicados pela "Neurology®", revista científica da Academia Norte-americana de Neurologia.

Durante anos, os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em pessoas sem nenhum sinal de Alzheimer nem problemas de memória. Eles focaram as medições nas áreas do cérebro que sabidamente são afetadas pela doença.

O número de casos do mal de Alzheimer foi significantemente maior nas pessoas cujas áreas do cérebro monitoradas apresentaram as menores medidas. "Esta medição é um marcador potencialmente importante de mudanças prévias no cérebro associadas ao mal de Alzheimer, que poderiam ajudar a prever quem pode desenvolver a demência associada à doença e, possivelmente, quanto tempo levará até que ela se desenvolva", afirmou Bradford Dickerson, autor da pesquisa.
Fonte: Tribuna do Norte