- GESTÃO 2013 - Quem sabe faz agora!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pacientes poderão registrar em prontuário a quais procedimentos querem ser submetidos no fim da vida


Pacientes e médicos contarão, a partir desta sexta-feira (31), com regras que estabelecerão os critérios sobre o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos clínicos nos quais não exista qualquer possibilidade de recuperação. Sob o nome formal de diretiva antecipada de vontade, mas já conhecido como testamento vital, trata-se do registro do desejo expresso do paciente em documento, o que permitirá que a equipe que o atende tenha o suporte legal e ético para cumprir essa orientação.
 
A regra consta da Resolução 1.995, aprovada pelo plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM), que será publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de agosto. Assim, o paciente que optar pelo registro de sua diretiva antecipada de vontade poderá definir, com a ajuda de seu médico, os procedimentos considerados pertinentes e aqueles aos quais não quer ser submetido em caso de terminalidade da vida, por doença crônico-degenerativa.
 
Deste modo, poderá, por exemplo, expressar se não quer procedimentos de ventilação mecânica (uso de respirador artificial), tratamentos (medicamentoso ou cirúrgico) dolorosos ou extenuantes ou mesmo a reanimação na ocorrência de parada cardiorrespiratória.  Esses detalhes serão estabelecidos na relação médico-paciente, com registro formal em prontuário. O testamento vital é facultativo, poderá ser feito em qualquer momento da vida (mesmo por aqueles que gozam de perfeita saúde) e pode ser modificado ou revogado a qualquer momento.

 

Tomografia é mais eficaz que cateterismo para descobrir doenças coronárias

Um estudo internacional, que conta com a participação do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e de instituições de outros sete países, apontou que o exame em tomografia computadorizada de 320 cortes (TC 320) pode diagnosticar com mais precisão quais as pessoas que apresentam um quadro de dor torácica, sem diagnóstico de infarto, que vão necessitar de tratamento invasivo tal como uma angioplastia cardíaca ou uma cirurgia, procedimentos utilizados para restaurar o fluxo normal de sangue para o coração comprometido por uma obstrução nas artérias do órgão.

Atualmente, segundo o Incor, esse diagnóstico é feito com a utilização de dois exames: o cateterismo, que serve para identificar a existência e grau de obstrução das artérias do coração e a cintilografia com stress, que avalia se a obstrução está impedindo a chegada de sangue ao músculo cardíaco. No entanto, esses dois exames expõe o paciente a um maior nível de exposição à radiação e a risco de complicações. A utilização da TC 320 reduz até a metade a radiação a que ele é exposto em comparação aos outros dois exames.

Leia mais em Ciência e Saúde

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador da pesquisa no Incor e especialista em diagnóstico por imagem do hospital, Carlos Rochitte, disse que há outras vantagens na utilização da TC 320. “Com essa técnica, é um único exame, não invasivo, de 20 minutos”, falou.

Além disso, o custo do exame feito com a TC 320 é menor. De acordo com o Incor, o custo do cateterismo gira em torno de R$ 8 mil (R$ 6 mil pelo exame e mais R$ 2 mil de honorários médicos) e, da cintilografia com estresse, R$ 1,9 mil. O custo da tomografia computadorizada de 320 cortes fica em torno de R$ 3,3 mil.

Pessoas com dor no peito, mas não estão sofrendo um ataque cardíaco, formam o perfil do paciente que poderá se beneficiar do exame com a TC 320. “O paciente (indicado para o exame), basicamente, é aquele que tem suspeita forte de doença coronária, de meia idade, com colesterol alto, que fuma”, falou.

O estudo, que teve início no final de 2009, foi realizado em 16 hospitais de oito países e tem a coordenação da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos. “A importância do estudo é justamente o de poder identificar o paciente que realmente precisa ser tratado. Esperamos selecionar melhor os pacientes”, ressaltou o médico.

Rochitte não sabe estimar em quanto tempo esse exame poderá ser utilizado pelos hospitais brasileiros para diagnosticar uma doença coronária. “No Brasil, o Incor e o Einstein (Hospital Israelita Albert Einstein) têm esse equipamento e condições de fazer imediatamente. Os outros hospitais vão depender de se atualizarem ou de adotarem o protocolo para os equipamentos que contam no momento. Um dos projetos nossos para o futuro é de tentar expandir esse protocolo para os equipamentos que estão mais disponíveis como o TC 64 (que, segundo o Incor, trata-se de uma geração anterior do equipamento e está disponível praticamente em todos os hospitais de primeira linha públicos e privados do país)”, explicou.

O médico também vê uma possibilidade forte de que a realização desse exame possa ser coberta futuramente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Esperamos poder colocar isso no SUS o mais rápido possível”, disse.

Os 381 pacientes que participaram do estudo, 99 deles do Incor, vão continuar sendo acompanhados pelos pesquisadores por um prazo de cinco anos.

FONTE: Diário de Natal

Em greve, Samu Natal funciona com apenas 42% da frota


Em greve desde o dia 30 de agosto, os técnicos de enfermagem e enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) paralisaram suas atividades na região metropolitana de Natal. Desde então, apenas 42% da frota de ambulâncias está circulando na cidade, sendo cinco unidades básicas e duas avançadas (UTI), tornando a situação ainda mais difícil para quem precisa utilizar o serviço.
Segundo os servidores, as principais reivindicações da categoria envolvem os adicionais noturnos que foram retirados, a gratificação de um terço de férias que não estão sendo pagas, gratificação de plantão e péssimas condições de trabalho. A equipe de reportagem de O Jornal de Hoje esteve no local e conversou com alguns servidores que estavam na unidade sobre a situação apresentada. ” Não temos condições de trabalho. É um absurdo trabalharmos em ambulâncias sem ar condicionado, sucateadas e sem manutenção. Nós que somos funcionários, estamos, inclusive, adoecendo. Como os carros não estão tendo manutenção, já aconteceu do monóxido de carbono, ao invés de ser liberado pelo cano de escape da ambulância, ficar dentro dela e, com isso, os pacientes também são obrigados a respirar esse componente”, relatou um técnico de enfermagem que não quis se identificar.
Sobre a atual situação da greve do Samu Natal, o coordenador administrativo do órgão, Rodrigo Azevedo, explicou que o sindicato, juntamente com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren)  e a coordenação do Samu Natal se sensibilizaram e deixaram mais de 30% da frota em circulação para não prejudicar ainda mais a população. “É uma questão de bom senso. Esperamos chegar ao fim da greve ainda esta semana com a negociação entre servidores e Prefeitura”, afirma Rodrigo.
Ainda segundo Rodrigo Azevedo, o Samu Natal já tem garantido, para este ano, recursos para a construção de mais duas bases descentralizadas de saúde para a zona sul e zona norte de Natal. Com o objetivo de garantir um atendimento mais ágil à população, a previsão é de que as bases entrem em funcionamento até o mês de novembro. Além disso, o coordenador destacou que os médicos não aderiram à paralisação e que os atendimentos estão sendo realizados normalmente de acordo com a frota disponibilizada no período de greve.
Ainda sobre as reivindicações da categoria, os servidores também reclamaram da ausência das ‘motolâncias’, que prestavam um serviço rápido e eficaz à população. “As motos eram muito eficientes ao serviço, mas infelizmente, não tinham o cuidado necessário e sofriam desgastes pela falta de manutenção adequada. Além disso, não recebíamos os equipamentos de Proteção Ambiental,  chamados de EPI”, afirmou um  servidor que pediu para não ser identificado.  O mesmo servidor ainda recorda uma situação inusitada. “Já aconteceu também da gente estar conduzindo algum paciente  para uma determinada unidade e a porta da ambulância cair”, contou indignado. O funcionário aproveitou também para mostrar a situação do fardamento, recebido há bastante tempo, o que o leva a trabalhar com a farda rasgada.
Diante dessa situação, a coordenação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU, informou à população, que mesmo em greve, o serviço de orientação médica, socorro e remoção continua sendo oferecido aos usuários, normalmente, mesmo em frota reduzida, através do número 192. As reclamações de atendimento devem ser feitas pelo telefone 3232-9211.
Na tentativa de chamar a atenção da Prefeitura sobre as reivindicações, os servidores em greve do funcionalismo municipal ficarão acampados em frente ao Palácio Felipe Camarão a partir das 9h de amanhã. Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), Paulo Bandeira, até o momento não houve avanço. ” Teremos uma audiência pública, nesta quarta-feira, na Câmara Municipal de Natal, para expormos nossas principais reivindicações, já que até agora não houve nenhuma negociação”, pontuou.

Walfredo recebeu só 2,28% da verba prevista

Após 60 dias do decreto de calamidade pública, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), em Natal, só recebeu cerca de R$ 100 mil dos R$ 4,390 milhões previstos no Plano de Enfrentamento de Urgências e Emergências do Governo do Estado - apenas 2,28% da verba prevista. O dinheiro serviria para a reforma do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, compra de equipamentos de emergência, custeio e manutenção da unidade de saúde, a maior do Estado e que nos últimos meses só acumula problemas. Na semana passada, a UTI cardiológica deixou de receber pacientes por decisão dos médicos, inconformados com a falta de medicamentos. Ontem, centenas de pacientes aguardavam cirurgias ortopédicas, 78 deles espalhados nos corredores, alguns deitados no chão.

A direção da unidade diz estar de mãos atadas e que a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informa que a burocracia é grande para que a verba do SOS Emergências, por exemplo, chegue ao Walfredo. "A gente está esperando.Sabemos que outros hospitais já começaram as reformas, mas o nosso ainda infelizmente não. Esperamos que até o final dos 90 dias a verba chegue. Senão já teríamos desistido", diz Fátima Pinheiro, diretora do HWG. Enquanto os problemas burocráticos não são resolvidos, a bola de neve de caos se acumula.

Quando a reportagem esteve no hospital, apenas um paciente estava internado na UTI cardiológica. A diretora-geral do hospital, Fátima Pinheiro, afirmou que a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) reabastece semanalmente a unidade. "Houve falta de alguns itens, mas a forma de abastecer é por semana. Na sexta-feira recebemos os insumos que faltavam para as cinco UTIs do Walfredo. Os médicos da UTI cardiológica disseram que só vão permitir entrada de novos pacientes se a gente garantir que não vai faltar os remédios. Só que não temos como garantir isso porque a demanda aqui é muito grande", explica.

Com o fechamento dos seis leitos que ainda funcionam na UTI cardiológica (outros quatro foram desativadospor falta de pessoal), os pacientes tiveram que ficar internados no pronto-socorro, junto com outros pacientes. Os médicos plantonistas dizem que a volta dos serviços está condicionada a reposição dos insumos e medicamento. "Os cardiologistas decidiram suspender as internações até que o governo faça o abastecimento. Não tenho como prever quando a situação estará normalizada", afirma Francisco Braga, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern).

"Eu faço cirurgias de coluna. Temos um paciente lá em cima com duas vértebras quebradas e a cirurgia estava marcada para amanhã, depois de um mês esperando. Só que o prazo será novamente adiado porque não temos condições", disse o neurocirurgião Zeigle Fernandes. 

FONTE: Diário de Natal

Recebimento de medicamentos garante funcionamento da UTI Cardiológica no HMWG


A Diretora Geral do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), Fátima Pinheiro, falou na manhã desta segunda feira (3) sobre a atual situação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Coronariana, ameaçada de fechamento, pelos médicos,desde a última sexta-feira (31). De acordo com a diretora, todos os 14 itens questionados pelo corpo de cardiologistas do hospital como sendo fundamentais para garantir a assistência aos pacientes que estavam internos na UTI cardiológica, já foram repostos.
Porém, mesmo com a chegada de todas as drogas ainda na tarde de sexta-feira, os cardiologistas agora questionam as quantidades fornecidas ao Walfredo Gurgel. Segundo eles, o que chegou só daria para uma semana. Eles querem que, tanto a direção, quanto o Governo do Estado , garantam o abastecimento de todos os medicamentos por um período de, pelo menos, 30 dias.
A solicitação dos médicos, atualmente, não corresponde a realidade do HMWG. O envio de remédios para a unidade via Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), acontece uma vez por semana. O pedido é enviado pelo hospital toda segunda-feira e recebido toda quarta-feira. As quantidades entregues, por conseguinte, também obedecem a este padrão de duração semanal.
Fátima esclareceu que com um número de atendimentos sempre tão alto e inconstante como o do Walfredo Gurgel, fica difícil conseguir planejar e adquirir todos os medicamentos utilizados sem que nunca haja faltas. “Hoje podemos ter 30 pacientes no corredor e amanhã 100. Enquanto o problema da demanda não for resolvido, não haverá medicação suficiente”, prevê a diretora.
Atualmente, dos seis leitos disponíveis que possui, a UTI Cardiológica tem apenas um paciente que continua internado sob os cuidados das equipes de plantão. O paciente ainda não tem previsão de alta.

sábado, 25 de agosto de 2012

Sedentarismo pode reduzir a expectativa de vida

O exercício regular pode aumentar em até 10 anos a expectativa de vida e reduzir em até 50% a chance de desenvolver doenças crônicas, como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares, segundo especialistas do Simpósio sobre Balanço Energético da Série Científica Latino Americana.

— O controle inadequado do balanço energético é provavelmente a principal causa de obesidade que afeta a América Latina — disse o Dr. Fernando Lavalle, presidente do Comitê Científico responsável pela organização do simpósio.

Durante o encontro, o especialista em Medicina Interna da Universidade de Rosário, na Colômbia, John Duperly, apresentou pesquisas sobre os benefícios da atividade física e mencionou que fazer uma hora diária de exercícios ativa cerca de 800 genes, que contribuem, por exemplo, para reduzir em até 50% o desenvolvimento de doenças fatais. Segundo ele, não há no mercado uma droga que substitua a prática de exercícios.

Ele explicou que cinco intervenções no estilo de vida podem reduzir o risco de até 90% de desenvolver Diabetes tipo 2. Essas mudanças são: não fumar, ter um consumo moderado de álcool, comer cinco porções de frutas e vegetais, fazer pelo menos 150 minutos de exercícios físicos por semana, equivalente a meia hora por dia, e ter um peso adequado.

— Compreender o comportamento humano e mudá-lo é o maior desafio do balanço energético — disse Duperly.

Já o pesquisador Eric Ravussin, diretor do Centro Biomédico Pennington de Pesquisa em Nutrição da Universidade da Louisiana, disse que um dos fatores determinantes para o ganho de peso da população é o aumento do consumo de gordura, que têm um maior impacto no desequilíbrio de energia e é mais nociva do que os carboidratos e açúcares.

O especialista explicou que o metabolismo do corpo humano funciona de forma diferente para carboidratos e gorduras. Enquanto que os primeiros vão para o fígado e servem para proporcionar energia ao músculo esquelético, as gorduras servem para aumentar o tecido adiposo. No entanto, segundo ele, é preciso mais estudos que tentem explicar o desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético:

— No meio ambiente há muitos gatilhos que podem disparar a obesidade e ainda há muitas coisas por saber.


FONTE: Diário de Natal

FENAM convoca sindicatos médicos para lutarem pelo reajuste dos médicos federais


 O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira, convoca os presidentes dos sindicatos médicos de todo o Brasil a comparecerem à Brasília, no próximo dia 30 de agosto, para debater e traçar estratégias de mobilização que garantam o reajuste dos médicos federais.
A Medida Provisória 568/2012 estabeleceu tabelas específicas para as carreiras de médico. Tal questão gera dúvidas se os médicos ficaram ou não desvinculados das demais carreiras da Previdência, da Saúde e do Trabalho. A medida visou corrigir distorções observadas nas tabelas propostas pela MP 568, que apresentava valores 50% menores dos vigentes, para uma carga de trabalho de 20 horas semanais. Entretanto as alterações sofridas na MP, hoje transformada na Lei 12.702/2012, ainda geram dúvidas entre os profissionais, no que diz respeito ao Plano de Carreira proposto com a nova tabela.
Para entender melhor a questão, a FENAM já solicitou uma série de audiências com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), para que a proposta de reajuste contemple os médicos federais. Na Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF), uma audiência também já foi solicitada. “Temos que negociar a gratificação de desempenho, pois houve perda dos profissionais que trabalham 20 horas semanais no Ministério da Saúde.”
A batalha continuará no Ministério da Saúde, Ministério da Educação e no Congresso Nacional, junto aos parlamentares e aos relatores do Orçamento Geral da União.
Entretanto, a Federação Nacional dos Médicos ressalta que está atenta aos prazos do Orçamento Geral da União para negociar com o governo reajustes aos médicos federais brasileiros. No próximo dia 31 de agosto, a Lei do Orçamento deverá ser enviada ao Congresso Nacional para ser apreciada e votada pelos parlamentares. É neste momento que a FENAM pretende atuar junto ao relator geral, senador Romero Jucá e o sub-relator da área da saúde, ainda não definido. Mas o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira, alerta que o envolvimento de todos será fundamental para garantir o benefício.
“Temos muito trabalho pela frente e precisamos do engajamento de todos para alcançar nossas metas.”
O comparecimento de todos os sindicatos médicos do Brasil será de fundamental importância para traçar as ações do movimento.

Pacientes com câncer podem ter de mudar tratamento devido greve da Anvisa

O hospital filantrópico A.C. Camargo poderá mudar o tratamento de aproximadamente 50 pacientes em decorrência da falta do quimioterápico xeloda. Segundo a assessoria de comunicação do hospital, que é referência em São Paulo no combate à doença, o fabricante não forneceu o remédio alegando que a matéria-prima importada está retida por causa da greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A previsão do laboratório é fazer a entrega somente na primeira quinzena de setembro, informou o hospital. Nesse caso, os tratamentos serão modificados. A alternativa ao xeloda (via oral) é a quimioterapia intravenosa - procedimento que exige a internação do paciente e a aplicação do medicamento pode durar de duas a seis horas. Caso o xeloda seja entregue até o final do mês, não será necessário mudar o tratamento.

O administrador de obras Almir Braz, de 45 anos, iria começar o segundo ciclo de quimioterapia para tratar um câncer no aparelho digestivo, quando foi informado da falta do medicamento. “Preciso fazer três ciclos, de 21 dias, para evitar o retorno da doença [após a cirurgia]”, explica. Ele está insatisfeito com a mudança, pois avalia que a internação altera a rotina do tratamento e pode influenciar na recuperação. “Queria ficar junto com a minha família. Essa proximidade cria uma bola de neve positiva que contribui para a superação da doença.”

De acordo com o hospital, a troca de medicação não interfere no tratamento, pois há histórico de pacientes que demonstram uma boa resposta clínica à substituição. O hospital estima ainda que os estoques de, pelo menos, outros dez remédios podem acabar, caso a greve persista por mais duas ou três semanas.

Para o secretário-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa, o desabastecimento de remédios e produtos para exames é resultado da falta de inspeções da Anvisa. “Tínhamos um estoque inicial, mas com o prolongamento da greve, não se conseguiu manter a produção”, explicou.

Apesar do retorno de 70% dos servidores da agência reguladora, a entidade avalia que as liberações de importações ainda ficarão emperradas. “Há um limite de 20 liberações de importações por empresa, quando existem empresas com até 200 a serem feitas.”

Gouvêa aponta que o problema ocorre em todo o Brasil, conforme levantamento feito pela câmara com as 413 associadas. Segundo ele, diferentes exames podem deixar de ser feitos.

Foi o que ocorreu com o jornalista Sérgio Coelho, de 52 anos, que compareceu a um laboratório no último sábado (18) para fazer uma bateria de exames, mas teve de adiar o teste de dosagem de insulina. “Não pude fazer porque o material estava em falta por causa da greve. Foi o que eles disseram. Pediram para que eu entrasse em contato na próxima semana”, relatou.

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências de Regulação (Sinagência) informou à Agência Brasil que as cargas perecíveis e medicamentos estão sendo liberados. “Estamos trabalhando de dez a 11 horas por dia para garantir a liberação das cargas. Esse problema pode estar ocorrendo nos estados em que fiscais estaduais assumiram o trabalho”, disse Ricardo de Holanda, diretor de comunicação do sindicato.

Por meio de nota, a Anvisa informou que “não recebeu nenhuma notificação de desabastecimento de medicamentos, alimentos ou produtos para a saúde”. Dos 1.622 servidores, 1.185 estão trabalhando, conforme levantamento feito no dia 14 de agosto pelo setor de recursos humanos da agência. Por fim, reforça que o governo federal continua as negociações com a categoria.

FONTE: Diário de Natal

CREMERN faz entrega das carteiras profissionais de formandos da UFRN e UnP


O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – CREMERN realizou na noite dessa quinta-feira (09), no Vila Hall, no Hotel Vila do Mar, a solenidade de entrega das carteiras profissionais para os formandos em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e pela Universidade Potiguar – UnP.  Ao todo, 150 certificados foram emitidos e que validam o exercício da profissão, sendo 45 da UFRN, 48 da UNP e os outros 47 formandos de outras universidades que solicitaram a documentação em Natal.
Estavam presentes na solenidade os diretores do CRM/RN: Cons. Jeancarlo Fernandes Cavalcante – 1º Vice-presidente; o Cons. Francisco de Almeida Braga – 2º Vice-Presidente; a Cons.ª Maria Cristina Monte Pereira Macedo – 1ª Secretária; e a Cons.ª Giana da Escóssia Melo – 2ª Secretária, o Cons. Francisco Edênio Rêgo Costa – Corregedor Adjunto, dentre outros conselheiros.
Durante seu discurso, o presidente do Cremern, Jeancarlo Cavalcante, chamou atenção dos novos médicos para a importância de estar sempre buscando novos conhecimentos e que é preciso crescer politicamente para mudar a atual realidade da saúde no País.



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Campanha contra gripe acaba hoje sem atingir meta

A Campanha de Vacinação Contra a Gripe termina hoje (01) em todo o país. Até ontem, no Rio Grande do Norte, 356.938 pessoas foram imunizadas, sendo 73,69%, e ficando abaixo da meta do Ministério da Saúde de atingir 80% dos grupos considerados prioritários. No Brasil, 20,6 milhões de pessoas foram vacinadas contra a doença, o que representa 68,34% do público alvo. Em todo o país, 34 mil postos de saúde estão à disposição do público prioritário.

A meta é proteger 24,1 milhões de pessoas dentro de grupos prioritários, formados por idosos a partir de 60 anos de idade, gestantes, população indígena, crianças entre seis meses e dois anos de idade e trabalhadores de saúde. 


Durante toda a sexta-feira as unidades de saúde devem dispor das doses a serem aplicadas 


A campanha, que teria fim no dia 25 de maio, foi prorrogada por uma semana e neste período, foram vacinadas aproximadamente cinco milhões de pessoas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alerta para a importância da vacina - oferecida gratuitamente nos 34 mil postos de saúde de todo o país - para a segurança, proteção e eficiência que a vacina fornece contra os três vírus que mais circulam no Brasil. "A vacina é a melhor maneira de evitar a doença. Amanhã  [hoje] é o último dia da campanha nacional. É fundamental que as pessoas se protejam para o período de maior circulação do vírus da gripe que se aproxima", explicou Padilha.

A cobertura entre os grupos prioritários no Estado ficou da seguinte forma, segundo a Sesap: os idosos, com 236.718 idosos imunizados; seguidos pelas crianças, 61.871  imunizadas; trabalhadores de saúde, 35.453 imunizados e o grupo das gestantes, com 24.655 imunizados.

Três Estados atingiram a meta de vacinação - Santa Catarina com 786.840 pessoas vacinadas, o que representa 85,92%; o Acre, que já imunizou 89.744 pessoas, o que corresponde a 81,7%, e Alagoas, com 80,16% e 363.092 de vacinas aplicadas.

Entre as regiões, o Sul e o Centro-Oeste se destacam com 75,07% (3.373.032 pessoas) e 72,09%, (1.449.322 imunizados), respectivamente. No Nordeste, 5.678.148 pessoas já receberam a dose da vacina, totalizando 69,52% da população alvo.

Na região Norte, mesmo com as fortes chuvas, 1.513.398 pessoas foram imunizadas, o que representa 67,07%. E no Sudeste, 64,97% da população alvo foi vacinada, totalizando 8.586.639 pessoas.

Com 78,64% de imunizados (englobando 1.954.888 de pessoas), o grupo dos trabalhadores em saúde tem o maior índice de cobertura, entre os que compõem a população alvo da campanha contra a gripe. As crianças com até dois anos de idade atingiram 75,19%, o que significa 3.249.172 de doses aplicadas. Entre a população acima dos 60 anos, foram 13.849.533 doses aplicadas, representando 67,3% do público alvo. A população indígena teve 56,75% de imunização, com 332.841 vacinados. Já entre as gestantes o índice é de 60,59%, o que representa 1.309.183 de mulheres imunizadas.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, reforça a importância da vacina e descarta a possibilidade de haver efeitos nocivos. "A vacina é segura e a maioria das reações adversas é leve, como dor e sensibilidade no local da injeção. Só quem tem alergia a ovo não pode tomar a vacina", ressaltou. O secretário explicou ainda que é impossível contrair gripe após a vacinação, como algumas pessoas costumam afirmar. "O vírus usado nesta vacina é inativado", observou.

Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e, de 39% a 75%, a mortalidade global. Entre os residentes em lares de idosos, a vacina reduz o risco de pneumonia em cerca de 60%, e o de hospitalização e morte em aproximadamente de 50% a 68%, respectivamente. Os grupos prioritários foram escolhidos de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que se baseou em estudos epidemiológicos e elegeram os mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

Brasil gastou R$ 21 bilhões com doenças relacionadas ao fumo

Brasília - Pesquisa divulgada pela Aliança de Controle do Tabagismo indica que R$ 21 bilhões foram gastos no ano passado nas rede de saúde pública e privada com doenças relacionadas ao fumo. De acordo com a entidade, o montante representa quase 30% do valor destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Ministério da Saúde diz que é alto o custo com doenças de fumantes

O estudo revela ainda que o tabagismo é responsável por 130 mil óbitos ao ano no Brasil, o equivalente a 13% do total de mortes registradas no país.


Para a diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, é preciso desfazer o mito de que o tabaco é ruim para saúde, mas bom para a economia do país, "A realidade é outra. Os custos são enormes", ressaltou.



O estudo, segundo Paula, demonstra, que o país gasta mais com o tratamento de doenças consideradas evitáveis do que o montante que é recolhido pela indústria do tabaco na forma de impostos.



Ela alertou ainda que o estudo considerou apenas os custos diretos gerados pelo consumo de produtos derivados do tabaco para a saúde no país e não contabilizou, por exemplo, os casos registrados entre fumantes passivos. "Os valores seriam ainda maiores", disse.



Entre as recomendações listadas pela Aliança de Controle do Tabagismo para o combate ao fumo no Brasil está a necessidade de novas pesquisas que incluam doenças como a tuberculose na lista de enfermidades relacionadas ao fumo, além de levantamentos sobre os custos ambientais provocados pela produção do tabaco no Brasil.



O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, avaliou que o governo se sente "confortável e, ao mesmo tempo, preocupado" com o enfrentamento ao tabaco no país. Ele lembrou que foram registrados avanços como a queda no número de fumantes - o percentual passou de 16,2% em 2006 para 14,8% no ano passado. Ele lembrou, entretanto, que o país ainda contabiliza 25 milhões de pessoas que fumam.



"Precisamos aperfeiçoar o aspecto legal que trata do banimento do fumo em ambientes fechados, da taxação inibidora e do avanço no combate à pirataria", destacou.

Leitos de UTI no RN são metade do recomendado pelo MS


O número de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Rio Grande do Norte é 50% inferior ao recomendado pelo Ministério da Saúde. Somente na capital, existem 151 vagas, nas redes pública e privada, quando o necessário seria pelo menos 300. A situação pode piorar caso o Conselho Regional de Medicina (Cremern) interdite alguns leitos que funcionam, segundo especialistas, de forma irregular. A demanda reprimida é outra preocupação. Em alguns hospitais, há casos de pacientes que aguardam por cirurgias há mais de um mês por falta de vagas nesse setor.
As autoridades de Saúde Pública não sabem qual a quantidade exata de pacientes que, nesse momento, aguardam uma vaga nas UTIs. No entanto, de acordo com o presidente da Sociedade Norte-Riograndense de Terapia Intensiva (Sonorti), Antônio Fernando, o índice é elevado. "Não sabemos exatamente esse percentual porque os hospitais não fazem esse acompanhamento. Porém, é certo que há uma demanda reprimida muito alta. O número de leitos é baixo", disse.
Foto da notícia
A falta de leitos nas UTIs do Estado é assunto discutido há muito tempo. Em abril passado, devido à falta de vagas na rede pública, a juíza Patrícia Gondim Moreira Pereira, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, determinou ao Estado do Rio Grande do Norte e ao Município de Natal a instalação ou ampliação de leitos, conforme determinado pela Portaria Ministerial nº 1.101/2002, em um percentual de no mínimo 7% dos leitos totais. A determinação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJRN) e Estado e Município têm cerca de cinco meses para cumprir a ordem sob pena de pagar multa diária.
Porém, mesmo com a decisão judicial, a população não observa melhorias. Pelo contrário. No dia 18 de maio, a UTI do Hospital Giselda Trigueiro foi transferida para o Hospital Ruy Pereira. O motivo da mudança inesperada foi um curto-circuito na rede elétrica do Giselda que danificou alguns aparelhos. Desde então, os pacientes estão acomodados em uma sala improvisada. O espaço é amplo mas não oferece a mesma comodidade e segurança necessária. "A pior parte diz respeito aos diagnósticos. Estamos aqui, mas todos os exames são feitos no Giselda. Além disso, as roupas e alimentação também vêm de lá. Fica complicado trabalhar assim", relatou Ariane Pereira, infectologista. Na tarde de ontem, quatro pacientes estavam no setor. Não há informações de até quando a UTI do Giselda Trigueiro funcionará de forma improvisada.
Enquanto isso, médicos e pacientes dividem uma outra preocupação. O hospital Ruy Pereira pode sofrer intervenção ética. Em janeiro, os médicos que trabalham no local entregaram um documento à Sonorti relatando as dificuldades e necessidades. Segundo Antônio Fernando, na UTI, que abriga cinco leitos, não há material básico como aparelho de raio-x. "Os médicos nos relataram que há problemas com exames laboratoriais. É difícil manter uma UTI funcionando nessas condições", disse. O Cremern, segundo o presidente, tem conhecimento da situação e deve se pronunciar nos próximos dias.
A TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) na tarde de ontem. A assessoria de imprensa informou que "há alguns dias, algumas pessoas procuram a secretaria para falar sobre o assunto, mas ninguém está à vontade para falar sobre isso". A Sesap está sem secretário desde o início de maio. Alguns questionamentos foram encaminhados à Sesap, via e-mail, mas não obtivemos resposta.

Servidores registram boletim de ocorrência sobre situação de hospitais da Zona Norte


O Sinmed, o Sindsaúde e o SOERN entregaram à polícia na manhã desta segunda-feira (28/05) um relatório sobre o desabastecimento das unidades hospitalares da Zona Norte de Natal. O objetivo é denunciar às condições a que são submetidos os pacientes e que muitas vezes perdem suas vidas devido a falta de insumos.
Servidores, médicos e odontólogos saíram em passeata do Hospital Santa Catarina até a 9ª DP. O relatório também traz os problemas enfrentados no Hospital Infantil Maria Alice Fernandes. O relatório foi recebido pelo delegado titular da 9ª DP, Fernando Antônio, que disse que iria instaurar o inquérito com base no artigo 132 do código penal que trata de expor a vida ou a saúde de outrem ao perigo. Ele ainda orientou os sindicatos a pedirem que funcionários e pacientes procurem a delegacia para registrar boletins de ocorrência sobre casos que possam ser usados no inquérito, como também levar testemunhas que possam embasar as investigações.
Os sindicatos da saúde já recorreram ao Ministério Público, a Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado mas até agora nenhuma providência concreta foi tomada para resolver o problema. Pessoas continuam morrendo por falta de medicamentos e instrumentos e à espera de UTI. O governo já tentou, durante negociações, responsabilizar a greve dos servidores da saúde por várias mortes ocorridas no setor público estadual. Os sindicatos pretendem com isto mostrar quem é o real autor das mortes destes pacientes. 
Foto da notícia

UTI do Giselda improvisada no Ruy Pereira enfrenta sérios problemas


Na tarde desta segunda-feira (28/05) os servidores da saúde, em greve, se reuniram em frente ao Hospital Ruy Pereira para denunciar os problemas enfrentados na UTI improvisada instalada na unidade. Desde o dia 18 de maio a UTI do Hospital Giselda Trigueiro foi transferida às pressas para o Hospital Ruy Pereira depois que um curto circuito da rede elétrica danificou vários aparelhos como respiradores e monitores. As vidas foram salvas mas estão sendo submetidas a situações desumanas, tanto pacientes como funcionários.
O local onde foi instalada a “nova” UTI é apenas uma salinha onde os pacientes ficam ordenados em um quarto grande. Os pacientes do Giselda são especificamente portadores de doenças infecto-contagiosas, entretanto, o local não possui o isolamento necessário. Se um paciente com meningite, tuberculose ou varicela, chegar precisando de internamento simplesmente não poderá ser internado. E mesmo os casos que podem ser internados possuem um grau de infecção. O detalhe é que a UTI improvisada está ao lado da UTI do Ruy Pereira que recebe pacientes diabéticos para amputação, com imunidade baixíssima.
Os materiais esterilizados estão guardados em caixas em baixo da pia, colocando em risco de infecção. Falta lençol, capote, remédios e medicação. Geralmente um carro vai até o Hospital Giselda Trigueiro para buscar insumos, mas os funcionários ressaltam que nem sempre há gasolina suficiente para isso.
Os funcionários que precisam dar atenção contínua aos pacientes ficam ao lado das camas em colchões. Os demais vão para o descanso dos profissionais do Ruy Pereira que cederam suas instalações. Todavia, com o ato de boa vontade, estes profissionais acabaram perdendo seu local de descanso e estão em cadeiras no auditório. Tudo improvisado.

Foto da notícia


No dia 18 de maio, por volta das 16h, um curto circuito queimou vários aparelhos da UTI da unidade e pacientes foram transferidos às pressas. A solução encontrada foi levar os pacientes para estrutura montada no Hospital Ruy Pereira e que não havia sido inaugurada por falta de pessoal.
Problemas na rede elétrica do Giselda são frequentes e recentemente os profissionais enfrentaram um princípio de incêndio no local. Ainda não foi tomada qualquer providência para o retorno dos pacientes e funcionário ao prédio do Giselda Trigueiro. 

FONTE: Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Entidades médicas pedem audiência com Governo para discutir regulação do trabalho e do ensino médicos



A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) encaminharam nesta quarta-feira, dia 4 de abril, requerimentos de audiência aos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação) nas quais pretendem “discutir abertamente as políticas de regulação do trabalho e do ensino médicos no país”.

As entidades médicas querem debater com os ministros as condições pedagógicas e estruturais para o funcionamento de escolas médicas e para a abertura de novas vagas em cursos de medicina; as políticas de estímulo à fixação de médicos em zonas de difícil provimento; e os critérios para revalidação de diplomas de medicina obtidos em universidades estrangeiras.

“Preocupa-nos sobremaneira a possibilidade da adoção de medidas que não considerem aspectos fundamentais para garantir a qualidade técnica e ética do atendimento oferecido à população, para os quais nossas entidades possuem outorga legal de monitorar e de determinar”, dizem nas correspondências os presidentes das entidades médicas, Roberto Luiz d’Avila (CFM), Florentino de Araújo Cardoso Filho (AMB) e Cid Célio Jayme Carvalhaes (Fenam). As entidades pedem urgência na realização da audiência.

Nos documentos, os representantes das entidades defendem o seguinte:

a) Sobre a abertura de novas vagas em cursos de medicina e de novas escolas médicas: para o funcionamento dessas instituições devem ser asseguradas condições pedagógicas e estruturais mínimas;

b) Sobre a  fixação de profissionais em zonas de difícil acesso e provimento: a fixação pode se dar por meio da criação de uma carreira específica para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), que ofereça remuneração compatível com a responsabilidade e o compromisso exigidos e com perspectivas de progressão funcional. Essa carreira deve ser acompanhada de estrutura de atendimento adequada para a população e de oferta de programas de educação continuada para os profissionais; e

c) Sobre a revalidação de diplomas médicos obtidos no exterior: os processos de revalidação devem ser pautados por parâmetros que confirmem a capacidade dos candidatos ao exercício da medicina, considerando-se aspectos teóricos, práticos, cognitivos, deontológicos e linguísticos.

Leia o texto integral das correspondências:


Brasília-DF, 4 de abril de 2012.

A Sua Excelência o Senhor
Aloizio Mercadante Oliva

A Sua Excelência o Senhor
Alexandre Rocha Santos Padilha

Senhor Ministro,

Considerando a responsabilidade dos médicos – representados pelas entidades aqui signatárias – de proteger a saúde da população brasileira, garantindo-lhe atendimento segundo critérios de qualidade, eficiência e ética;

Considerando os riscos de morte e outros efeitos adversos impostos aos pacientes por conta da atuação de portadores de diplomas de Medicina, obtidos no Brasil e no exterior, que não contaram com a devida formação e preparo para o desafio diário da assistência;

Considerando a necessidade de encontrar respostas efetivas para estender a cobertura assistencial a todos os municípios brasileiros, assegurando aos médicos e outros profissionais da saúde condições para o exercício pleno de seu papel, o que inclui recursos humanos, infraestrutura e insumos;

Considerando o valor supremo atribuído à vida, a qual deve ser preservada à luz de políticas públicas construídas em bases legais e resultantes do diálogo democrático entre os diversos segmentos da sociedade envolvidos;

O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos – assim como todas as suas entidades filiadas – em nome dos 371 mil médicos brasileiros legalmente inscritos e em atividade no país, solicitam a Vossa Excelência, audiência urgente com a participação dos Ministros da Saúde e da Educação para discutir abertamente as políticas de regulação do trabalho e do ensino médicos no país.

Preocupa-nos sobremaneira a possibilidade da adoção de medidas que não considerem aspectos fundamentais para garantir a qualidade técnica e ética do atendimento oferecido à população, para os quais nossas entidades possuem outorga legal de monitorar e de determinar. Sendo assim, parece-nos imprescindível e urgente discutir os seguintes pontos:

- A abertura de novas vagas e de escolas médicas com condições pedagógicas e estruturais para seu funcionamento, oferecendo formação qualificada de seus alunos, o que resultará em melhores médicos;

- A definição de políticas que estimulem a fixação dos profissionais em zonas de difícil acesso e provimento, nos moldes de uma carreira específica dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) que abranja aspectos como existência de rede física adequada, oferta de programas de educação continuada, perspectivas de progressão funcional e remuneração compatível com a responsabilidade e o compromisso exigidos.

- A revalidação dos diplomas de Medicina - oferecidos por instituições estrangeiras – por meio de parâmetros que confirmem a capacitação efetiva do candidato (dos pontos de vista teórico, prático, cognitivo, deontológico e linguístico) de atuar em prol da vida e da saúde, sem ameaçar a segurança individual e coletiva.

Na oportunidade, reencaminhamos a Vossa Excelência exemplar da publicação Demografia Médica no Brasil: dados gerais e descrições de desigualdades, desenvolvida em parceria entre Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Trata-se de relevante estudo que traça o perfil da atuação de nossa categoria e desnuda as distorções que afetam todo o país.

Também segue a íntegra da Declaração de Florianópolis, documento aprovado pelos representantes de entidades médicas de 17 países, que de 27 a 30 de abril de 2012 estiveram reunidos no V Fórum Ibero-americano de Entidades Médicas (Fiem). O objetivo do encontro foi promover o debate acerca de temas relevantes para o exercício da Medicina e os rumos da assistência na América, no Caribe e na Península Ibérica.

Entendemos que o manifesto final estende a preocupação brasileira ao cenário internacional, o que, em nosso ponto de vista, demonstra a pertinência do diálogo solicitado junto ao Governo Brasileiro.

Ressaltamos, mais uma vez, nosso interesse e disposição para contribuir com a construção de uma Nação forte, autônoma e justa para todos.

Atenciosamente,

Cid Célio Jayme Carvalhaes (presidente da Fenam)
Florentino de Araújo Cardoso Filho (presidente da AMB)
Roberto Luiz d’Avila (presidente do CFM)



Ministério da Saúde começa a distribuir remédio grátis para asma

As farmácias populares da rede própria, que são administradas e montadas pelo governo, e as unidades privadas de todo o país passam a ofertar, gratuitamente, três medicamentos para asma em 10 apresentações a partir desta segunda-feira (4). O brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol foram incluídos na ação Saúde Não Tem Preço, ao lado dos 11 medicamentos para hipertensão e diabetes. Eles serão ofertados em 554 unidades próprias e 20.374 da rede privada, conveniadas ao programa Aqui Tem Farmácia Popular. Para retirar os medicamentos, basta apresentar documento com foto, CPF e a receita médica dentro do prazo de sua validade.
 
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a relevância desta nova inclusão de medicamentos no programa. “Estamos dando um passo importante para reduzir o número de internações e de óbitos por asma”, observou Padilha. A ação faz parte do programa Brasil Carinhoso, lançado neste mês pela presidenta Dilma Rousseff, cujo objetivo é tirar da miséria crianças de 0 a 6 anos de idade. A asma está entre as principais causas de internação entre crianças nesta faixa etária. Em 2011, do total de 177,8 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência da doença, 77,1 mil foram crianças com esta idade. Além disso, cerca de 2,5 mil pessoas morrem por ano por causa da asma.
 
Os medicamentos incorporados já fazem parte do elenco do programa Farmácia Popular, ou seja, são ofertados à população com até 90% de desconto nas unidades da rede própria e privada. Com a inclusão deles no Saúde Não Tem Preço, o valor de referência - estabelecido pelos laboratórios produtores - será mantido e o governo assumirá a contrapartida que era paga pelo cidadão.
 
A incorporação destes medicamentos ampliará o orçamento atual do Saúde Não Tem Preço em R$ 30 milhões por ano. O orçamento de 2012 do programa, sem contar os valores previstos para cobrir os custos com a inclusão dos medicamentos para asma, é R$ R$ 836 milhões.
 
A gratuidade deve beneficiar até 800 mil pacientes por ano. Atualmente, o programa Farmácia Popular atende 200 mil pessoas que adquirem medicamentos para o tratamento de asma. A estimativa do Ministério da Saúde é a de que este número possa quadruplicar, como ocorreu com os medicamentos para hipertensão e diabetes após um ano de lançamento da gratuidade pelo programa Saúde Não Tem Preço, iniciado em fevereiro de 2011.


Médicos terão acesso facilitado a periódicos científicos


Os 371 mil médicos brasileiros já podem ter acesso a conteúdos científicos de maior qualidade. Os ministérios da Saúde e da Educação e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) lançaram, nesta terça-feira (29), o portal “Saúde Baseada em Evidências, que facilitará o acesso a cerca de 1,8 milhão de profissionais de saúde. 
O Portal contribui para o aperfeiçoamento do trabalho e também proporciona educação continuada aos profissionais da saúde oferecendo o que há de melhor na produção científica mundial. “Por meio da pesquisa a conteúdos cientificamente relevantes, os médicos poderão atuar integrando o conhecimento à experiência clínica e de gestão”, avaliou o membro da Comissão de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM), conselheiro Dalvélio Madruga, que participou do lançamento da plataforma pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha,em Brasília.
O site é voltado aos profissionais de saúde vinculados ao respectivo Conselho Profissional. O banco de dados do CFM já foi disponibilizado para a plataforma e dará acesso gratuito à todos os profissionais. Para autenticação no Saúde Baseada em Evidências, foram definidos quatro campos como chaves para envio de informações: nome do profissional, inscrição no respectivo conselho, unidade da federação, data de nascimento.
Veja as bases de dados que compõem o portal:
Rebrats – engloba estudos nacionais da área de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), apresentando estudos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros, com temas prioritários para o sistema de saúde nacional.
Embase - ferramenta online pra revisões sistemáticas e cobertura das áreas de Ciências da Saúde como um todo e em especial farmacologia, ciências farmacêuticas, toxicologia e Medicina, em especial, alergia e imunologia, oncologia, neurologia, cardiologia, química medicinal e descoberta de drogas. Aborda todas as fases de fabricação de medicamentos, legislação internacional e normas de segurança de medicamentos, farmacovigilância e farmacoeconomia.
ProQuest Hospital Collection - Além de publicações periódicas, inclui a ferramenta de cálculo e análise de estatísticas de medicina baseada em evidência Medical Evidence Matters que permite avaliar opções terapêuticas para condições médicas conhecidas.
Atheneu livros Virtuais - A coleção contempla mais de 200 títulos publicados desde 1998, mas com versão eletrônica atualizada desde 2010 até o presente. As publicações abrangem conteúdos relacionados à área de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Saúde Coletiva, Alergologia e imunologia clínica, Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia, Doenças infecciosas e parasitárias, Medicina laboratorial, Endocrinologia, Fisiatria, Gastroenterologia, Geriatria, Ginecologia e Obstetrícia, Nefrologia e Urologia, Neurologia, Odontologia, Oncologia, Traumatologia, Otorrinolaringologia, Pediatria, Psiquiatria, Pneumologia, Histologia, Farmacologia, Fisiologia, Microbiologia além de Engenharia biomédica.
Micromedex - Oferece acesso a dois módulos: Diseasedex - Emergency Medicine que apresenta dados e informações para as primeiras 72 horas de uma emergência médica, como suporte à vida, tratamentos e apresentação clínica e Diseasedex - General Medicine que engloba o período posterior às primeiras horas de uma emergência médica como prevenções, sintomas e complicações com informações baseadas em evidências referenciadas.
Dynamed - É uma ferramenta de referência clínica, para uso no local de tratamento, criada por médicos para médicos, contém sumários clinicamente organizados e inclui calculadoras médicas.
Best Practive British Medical Journal (BMJ) - Base de dados em prática médica que fornece informações detalhadas sobre como fazer diagnósticos, incluindo testes, diagnósticos diferenciais e diretrizes.

Sindicatos solicitam interdição do Walfredo Gurgel

Diante da crise da saúde no Rio Grande do Norte – falta de leitos na UTI, falta de medicamentos nas farmácias dos hospitais e tratamento desumanizado aos pacientes – os médicos do RN encontram-se há quase 40 dias em greve. Da mesma forma, os odontologistas e, há 60 dias, os trabalhadores da saúde também estão com suas atividades paralisadas.
A decisão tomada pelo Sinmed/RN, diante do fato exposto, foi se reunir com os Conselhos e outros sindicatos da área da saúde para tomarem decisões conjuntas sobre medidas judiciais ou interdições das áreas criticas que colocam em risco a vida dos profissionais.
Ontem (30/05), durante reunião, os sindicatos definiram por solicitar aos conselhos regionais a interdição total do hospital Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar do estado.
Além disso, a partir de agora o Sinmed fará visitas sistemáticas nos hospitais para proteger os profissionais da saúde e, prioritariamente, a população que recorre aos serviços das unidades públicas de saúde.
Neste momento, a situação com o governo é de impasse. As informações são de que o governo deverá entrar com ação judicial solicitando a ilegalidade da greve.
De acordo com Dr Geraldo Ferreira, a medida do governo apenas fechará os canais de diálogo, mas não impede que os sindicatos continuem as denúncias contra a omissão de socorro do governo e não impede também que se continue fazendo novos Boletins de Ocorrência sobre os graves problemas por que passa a saúde do RN.


O presidente do Sinmed falou ainda que o sindicato mostrará a justiça que os serviços de emergência e urgência estão mantidos e que a greve é “um grito de socorro dos profissionais da saúde contra a precária situação de trabalho e um brado da população que se vê desassistida pelo governo. Governo este que não cumpre seus deveres com a saúde pública do estado”.
Nos próximos dias, o presidente eleito da Fenam, Dr Geraldo Ferreira, continua com uma agenda de atividades em defesa da luta médica, confira:
31/05 – Rio de Janeiro/RJ – Reunião com sindicatos sobre mobilizações contra MP 568/12
01/06 – Vitória/ES – Fórum jurídico previdenciário
04/06 – Natal/RN - Café da manhã com parlamentares RN
04/06 – Natal/RN - Assembleia de criação do SindCred
05/06 – Brasília/DF – Audiência sobre a MP 568/12
15/06 – Natal/RN - Mobilização com médicos federais do RN
26 e 27/06 – Brasília/DF – Fórum de Cooperativismo Médico