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domingo, 18 de setembro de 2011

Perigo disfarçado

 

 É crescente o número de jovens adeptos dos cigarros mentolados, e aumentam as novas marcas do tipo no mercado. riscos são os mesmos que do tipo tradicional


Engana-se quem pensa que, por terem um sabor agradável e refrescante, os cigarros mentolados são menos prejudiciais à saúde e não causam tanta dependência que os tradicionais. Eles são uma verdadeira armadilha, pois a suposta sensação gostosa aumenta a vontade de fumar e torna mais difícil ainda abandonar esse hábito nocivo, sem contar com o risco maior de infarto do miocárdio. Cada vez mais jovens estão se interessando pelos 'aditivados'. É a indústria do fumo usando de suas artimanhas para atrais novos adeptos.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 45% dos fumantes na faixa de 13 a 15 anos preferem os cigarros com sabor. Percebendo a boa aceitação do produto e vendo nesses garotos potenciais consumidores a longo prazo, a indústria tem investido pesado na produção e na promoção. O número de marcas desse tipo de cigarro simplesmente dobrou nos últimos três anos, passando de 21 para 40 (nesse momento, já pode ter sido lançada uma nova...)

A preocupação é mundial; tanto que um grupo de pneumologistas espanhóis, especialistas em tabagismo, solicitaram a proibição do mentol como aditivo em cigarros. Eles publicaram um artigo na Revista Prevenção do Tabagismo da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica afirmando que a dependência do tabaco entre os fumantes de mentolados é ainda maior que entre os tradicionais, pois constataram a necessidade deles fumarem o primeiro cigarro da manhã bem antes  que os demais.

"Uma indústria que movimenta milhões e milhões de dólares no mundo, bilhões de reais no Brasil, tem que ser muito competente para captar novos adeptos e fazer novas pessoas viciadas. E, para isso, ela usa de todos os meios. O público visado sempre será o mais jovem, porque ao tornar o indivíduo viciado, você vai ter um consumidor por mais vinte, trinta anos", comenta o pneumologista Elmano Marques, diante de sua experiência de 25 anos no tratamento de tabagistas.

Ele alerta, porém, que, na verdade, qualquer tipo de cigarro, mentolado ou não, possui uma série de possibilidades de desenvolvimento de doenças, sendo as mais frequentes o enfisema pulmonar, a bronquite crônica e o câncer de pulmão. "O nosso foco, na realidade, está voltado muito para o cigarro de uma maneira geral. Todos os embates, todas as campanhas que a Sociedade Brasileira de Pneumologia e o pneumologista fazem é contra o uso do cigarro."

Para Elmano Marques, o uso de aditivos, aromatizantes ou mentol é apenas "perfumaria da indústria fumageira".
Fonte: Tribuna do Norte

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