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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Médicos suspendem cirurgias ortopédicas

Coopmed suspende realização de cirurgias ortopédicas.
Procedimentos deixarão de ser feitos por atraso de pagamento à cooperativa e falta de material cirúrgico adequado.
 
Estão suspensas a partir de hoje as cirurgias ortopédicas eletivas feitas no Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim. A informação é do presidente da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN), Fernando Pinto. A paralisação temporária se deve basicamente a dois motivos: atraso no repasse de dois meses do convênio firmado entre governo do estado e cooperativa e falta de material adequado para realização dos procedimentos cirúrgicos. Atualmente, 70 pacientes aguardam por cirurgias, sendo 35 que estão internados e outros 35 nos corredores do hospital.

O atraso no repasse é referente aos meses de agosto e setembro. O contrato mensal do governo do estado com a Coopmed é de R$ 350 mil. Aproximadamente 25 profissionais atuam pela cooperativa no hospital Deoclécio Marques realizando as cirurgias ortopédicas. Com a paralisação, cerca de 250 cirurgias deixam de ser feitas por mês. "Estávamos esperando que esse débito fosse quitado hoje (ontem), mas infelizmente não foi porque o governo alega não ter recursos para quitar as dívidas. A preocupação é pagar o funcionalismo", disse o presidente da Coopmed.

O problema mais sério é a falta de material adequado para realizar os procedimentos cirúrgicos, o que pode prejudicar seriamente os pacientes que dependem desse tipo de material durante uma cirurgia. Os profissionais reclamam que há vários meses fazem as cirurgias com material inadequado como placas e parafusos maiores. "Para conseguir dar continuidade ao procedimento, o médico tem que cortar tanto a placa quanto o parafuso para adequar ao tamanho que seria necessário. A cirurgia pode não ter o resultado esperado devido ao material", denuncia Fernando.

Devido à falta de condições básicas para realizar os procedimentos, os médicos já pensavam em suspender as cirurgias há algum tempo. "Durante o decorrer deste ano vários relatórios foram entregues, porém nada foi resolvido", reclama o presidente. A cooperativa conta com um total de 300 profissionais em 36 especialidades que prestam serviço ao governo do estado em dois hospitais públicos e oito da rede privada que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As outras reclamações dos médicos da cooperativa são: atraso nos plantões dos profissionais que atendem no Deoclécio Marques e Walfredo Gurgel, além de parte dos profissionais que integram a escala do Samu Metropolitano. Também está atrasada a complementação da alta e média complexidades dos meses de junho, julho e agosto dos profissionais de 10 especialidades como oncologista, cardiologista, neurologista, cirurgião vascular, pediatra, mastologista, entre outros.

O secretário estadual de saúde, Domício Arruda, confirmou o débito com a cooperativa e informou que o governo pagou há alguns dias dois meses que também estavam em atraso. A previsão, segundo o secretário, é de que o impasse em relação ao pagamento dos convênios seja solucionado por volta do dia 10 de novembro. Sobre a falta do material para realizar as cirurgias adequadamente, Domício disse que o Tribunal de Contas do Estado encontrou uma irregularidade no pregão eletrônico em que seria adquirido o material. A cooperativa convocou uma assembleia para o dia 7 de novembro para avaliar o movimento. 
Fonte: Diário de Natal