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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Insegurança nas unidades de saúde


O guarda Alcebíades Alves defende o uso de revólver no serviço da categoria, especialmente à noite
Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press


Sem porte de armas, guardas municipais ficam impossibilitados de inibir situações de perigo.

A população que procura as unidades de saúde de pronto-atendimento de Natal, com funcionamento de 24 horas, está convivendo com a sensação de insegurança, com os constantes relatos de furtos e agressões. Um dos principais agravantes para esta situação é que os guardas municipais responsáveis pela segurança continuam trabalhando desarmados, visto que ainda não realizaram o curso de capacitação técnica para o uso de armas de fogo exigido pela Polícia Federal (PF). Com isso, alguns guardas já abandonaram os postos, deixando a população em total insegurança.

O guarda Alcebíades Alves trabalha há oito meses na Unidade de Pronto-Atendimento de Cidade da Esperança (Zona Oeste) e, apesar de não ter presenciado nenhuma situação de risco agravante que exigisse o uso de armas enquanto estava de plantão, ele garante que o recurso é fundamental para o exercício da profissão. "O porte de arma dá um poder maior de reação para agir em algumas situações, como também pode inibir possíveis infratores", explicou Alcebíades.

Ele conta que já ocorreram discussões exaltadas e invasões na unidade, "que já tem sinais de tentativas de arrombamento e furto, além de algumas pessoas chegarem a se agredir por não conseguirem o atendimento", disse. O diretor da unidade de saúde, Eleázaro Damião, conta que recebe reclamações dos servidores, mas o atendimento continua normalmente. "É normal os profissionais reclamarem, mas não vamos deixar de prestar o atendimento. Mas, acredito que o guarda armado passaria uma sensação maior de segurança inbindo a ação dos vândalos", disse Eleázaro.

Relatos de furtos de veículos, bicicletas e telefones celulares são comuns entre os funcionários e pacientes que procuram a unidade de saúde da Cidade da Esperança. Por outro lado, o recepcionista Sérgio Côco conta que já presenciou várias situações de risco. "Já vi muitas pessoas agredindo os médicos, além de pessoas que tiveram seus carros roubados aqui no estacionamento", apontou. Já a dona de casa Maria Salete opina que a sensação de insegurança aumenta no período da noite. "É uma situação de medo de acontecer algo pior, às vezes não tem nem guarda aqui", disse.

Abandono

Em outras unidades de saúde como no bairro de Mãe Luiza, alguns guardas com receio de trabalhar desarmados estão abandonando as escalas, preferindo dar expediente no Comando da Guarda Municipal. "Nem todo dia temos guardas aqui, mas a população continua sendo atendida, apesar dos riscos com a falta de segurança, a nossa unidade continua aberta normalmente à população", disse a diretora Lúcia Rosa

Autorização

De acordo com o o comandante da Guarda Municipal de Natal, Edivan Bezerra Costa, todo o efetivo de 536 guardas está trabalhando sem porte de armas, devido às exigências do Estatuto do Desarmamento, prejudicando a segurança nas instituições municipais e na realização das rondas. "Já estamos fazendo os testes psicológicos e o convênio com a Polícia Militar para ministrar o curso técnico, mas ainda falta o aval da Polícia Federal", explicou Edivan Bezerra. Segundo o secretário Municipal de Defesa Social (Semdes), Sérgio Leocádio, já está acordado que o curso será realizado durante duas semanas com carga horária de 80 horas.

"Acredito que até o final do mês de junho, estamos com todo o efetivo regularizado com porte de armas", disse o secretário. Ele explica que essa situação de guradas municipais sem armas está acontecendo em todo o Brasil, já que a Lei Federal 10.826/03, prevê a renovação do porte de arma annual. A Semdes já enviou a documentação referente ao curso de capacitação para aval da Polícia Federal do RN, que encaminhará a Superintendência da PF, em Brasília, para autorizar a capacitação.
Fonte: DN Online

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