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sábado, 8 de maio de 2010

Faltam remédios para portadores do vírus HIV em Natal

Diretoria do Giselda Trigueiro afirmou que fornecimento está normal
Foto:Joana Lima/DN/D.A Press
Um problema que afeta as portadores do vírus HIV é a falta de medicamentos que combatem as chamadas infecções oportunistas, segundo ONGs ligadas à questão da Aids no RN. O problema não é de hoje, de acordo com o coordenador da Liga Norte Riograndense de Combate à Aids, Sérgio Cabral. O Ministério Público Estadual, através da Promotoria de Saúde, ingressou com uma ação pública contra o poder público em 2002. Na ação, o MP-RN denunciava o desabastecimento e falta de medicamentos capazes de combater as infecções oportunistas, distribuídos pelo Hospital Giselda Trigueiro, em Natal. A ação foi julgada e o poder público foi obrigado pela 5ª Vara da Fazenda Pública a fornecer toda a medicação.

Mas de acordo com Sérgio Cabral, isso não está sendo cumprido. Diariamente, a Liga recebe denúncias de portadores que não têm conseguido medicamentos. "O poder público não está fazendo o que deve. Estamos apenas cobrando o cumprimento da decisão", afirmou Sérgio Cabral. Gisele Dantas é representante do Movimento Nacional Cidadãs Positivas e também portadora de HIV/AIDS e já enfrentou dificuldades para conseguir alguns medicamentos que combatem as infecções.

Para denunciar o problema e cobrar providências, a Articulação Aids do RN, composta por 15 organizações, vai realizar um ato público na próxima quarta-feira (12 de maio) em frente a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Os manifestantes também vão denunciar a insuficiência de leitos para portadores nos hospitais de referência da rede estadual de saúde e a ausência total de leitos na rede municipal de Natal. Outros atos vão ocorrer em diversos pontos do Brasil, integrando o Movimento Nacional Tolerância Zero. Os manifestantes vão denunciar a falta de alguns medicamentos que compõe o "coquetel" nas farmácias de hospitais de referência espalhados pelo país.

Para o coordenador da Articulação, Wilson Dantas, o principal problema é mesmo a falta de medicamentos contra as infecções oportunistas. "O poder público alega que asituação está regularizada, mas as pessoas portadoras do vírus HIV/AIDS não param de reclamar que está faltando medicamento". A diretora do Hospital Giselda Trigueiro, referência no atendimento de pessoas com HIV, Milena Martins, disse que nenhum medicamento está em falta. "A gente não tem tido falta nem dos medicamentos retrovirais nem dos medicamentos que combatem as infecções oportunas. Os últimos remédios que estavam faltando - Acabavi e Nevirapina - já foram enviados pelo Ministério da Saúde e estão no estoque". Segundo Milena, cerca de seis pessoas usavam esses medicamentos e não tiveram o tratamento interrompido. Na falta da medicação receitada, o hospital fornece similares.

A coordenadora do Programa Estadual de DST/AIDS da Sesap, Sônia Cristina, tomou conhecimento do processo ajuizado pelo MP-RN apenas na última semana e se diz surpresa com a denúncia. "Estamos levantando informações. O que pode ocorrer é que algum medicamento pode ter sido procurado e não encontrado devido a algum problema pontual",defende.
Fonte: Diário de Natal

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