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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sociedade debate crise na pediatria

A ponta de um iceberg. É assim que o diretor médico da Promater, Guilherme Maia, classifica a possível demissão em massa dos pediatras que atendem na urgência do hospital. Embora acredite num acordo entre pediatras e planos de saúde, ele revela que a ameaça é apenas reflexo de um problema ainda maior: o apagão da pediatria. O assunto foi debatido em audiência pública proposta pelo vereador Hermano Morais (PMDB) ontem na Câmara Municipal.

A baixa remuneração paga pelos planos de saúde resultou numa verdadeira fuga de pediatras dos consultórios desde 2009. Atualmente, o valor médio repassado pelos planos é R$ 35. Quando a consulta é particular, o valor sobe para R$ 150. Até a rede pública de saúde oferece vantagem para quem optou por esta especialidade.

Médicos que tinham clínica particular abandonaram o consultório. Como consequência, o atendimento ambulatorial ficou sem médico e os prontoatendimentos infatins superlotados. No Prontoatendimento Infantil Sanda Celeste, do Município, cerca de 240 crianças sãoatendidas por dia. Na urgência da Promater, a média é de 180 por dia. Desse total, de 90 a 95% dos casos poderiam ser resolvidos no atendimento ambulatorial. Os casos vão desde um simples resfriado até uma coceira. O abandono dos consultórios tem muitas causas, mas em todas elas acaba penalizando a população.

Embora a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) negue, a criação do Prontoatendimento Infantil Sandra Celeste trouxe prejuízo à população. Para completar as escalas de plantão do Sandra Celeste, a SMS precisou relocar os pediatras que atendiam nas unidades da rede básica de saúde do município, deixando muitas unidades sem este tipo de profissional. A secretária-adjunta de Saúde do Município, Ilza Carla Ribas, rebateu a informação. Para ela, a relocação dos profissionais não trouxe danos à população. "Nós ainda temos algumas unidades de saúde com pediatras", alegou. Ao todo, a rede de saúde municipal conta com 150 pediatras, quase nenhum deles subespecialista.

Para o presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte, Nivaldo Sereno, fazer um curso de subespecialização não dá retorno financeiro. Não há diferença salarial entre quem é pediatra generalista e quem é um cardiologista pediátrico ou psiquiatra pediátrico, por exemplo. Para ele, a falta de valorização se reflete na falta de subespecialistas - os pediatras que atendem problemas específicos. 
Fonte: Diário de Natal

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