Tribuna do Norte em 13.05.2010
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informou, ontem, que está aguardando o resultado das análises das amostras coletadas junto a três fornecedores de açai em todo o Estado, uma fruta típica da região amazônica, para saber se o surto de toxoplasmose que vem ocorrendo em Natal desde março é ou não, realmente, proveniente da ingestão da polpa deste fruto. Para investigar as causas da doença, segundo a Sesap, foi contratado o Laboratório da Universidade de Campinas (Unicamp), de São Paulo, que é o único no Brasil a fazer exames em água e solo que detectam o protozoário Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose.
Além do exame, a Sesap está trabalhando intensamente na vigilância da higienização e formas de contágio da doença. "Todos os meios que o Ministério da Saúde preconiza já foram feitos", afirma a subocoordenadora estadual de Vigilância Epidemiológica, Juliana Araújo.
Segundo ela, a coleta de amostras foi feita em março e a Secretaria está cobrando agilidade no laudo. Em todo o Estado foram confirmados 255 casos com IGM positivo, sendo 61 casos em gestantes, entre o dia 1º de novembro de 2009 até 22 de março de 2010.
A TRIBUNA DO NORTE de ontem trouxe uma informação sobre pesquisa feita pelo infectologista André Prudente, a qual indica que o surto de toxoplasmose pode estar sendo provocado pela ingestão do açai.
O infectologista disse à TN que entrevistou 50 pessoas, entre as quais 24 consumiam açai. "Dividimos as pessoas em dois grupos, os que comiam e os que não comiam açai. Nenhuma das 26 pessoas que não consumiram o produto contraiu a doença, já no outro grupo, quase todos estavam com toxoplasmose". Para André, "isto deixa claro que o açai está contaminado com o Toxoplasma gondii".
Além de Natal, a Sesap já tem informações sobre a contaminação no interior, casos dos municípios de São José do Mipibu, Baía Formosa e Goianinha, todos na região Agreste e ao sul da capital. O descobrimento do protozoário Toxoplasma gondii data do ano de 1908 em roedor africano, Cenodactylus gondi, e no Brasil no coelho, e posteriormente em mais de 80 espécies animais,tanto domésticas quanto silvestres, inclusive em aves.
A presença do parasita em humanos foi comprovada em 1914, porém só em 1923, na Checoslováquia (Jankú) realizou-se avaliação da doença, que foi considerada particularmente perigosa para crianças ainda em fase de gestação no ventre materno.
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Fonte: SESAP RN
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