A catarata é uma doença que provoca a opacidade do cristalino, lente natural do olho que nos permite focalizar as imagens na retina para podermos enxergar. Em geral, a alteração acomete os idosos, pois é consequência do envelhecimento, mas também atinge crianças, que muitas vezes desenvolvem a doença ainda antes de nascer. Este assunto está em discussão no XI Congresso Internacional de Catarata e Cirurgia Refrativa, que começou nesta quarta-feira e vai até o próximo sábado, no Centro de Convenções de Natal, com a participação de mais de três mil oftalmologistas, entre brasileiros e estrangeiros. Mundialmente, a Catarata Congênita, como é chamada, tem incidência de um caso para cada 250 recém-nascidos. No Brasil, esse tipo da doença é uma das causas mais frequentes de cegueira na infância, responsável por 5,5 a 12% dos casos.
O oftalmologista Marco Rey explica que a alteração pode ser causada por fatores hereditários ou doenças infecciosas contraídas pela mãe durante a gestação, como rubéola e toxoplasmose. De acordo com o médico, a maneira mais eficaz de diagnosticar a catarata é o teste do olhinho, que precisa ser realizado nas primeiras 24 horas de vida.
O exame consiste em aplicar um feixe de luz nos olhos da criança e analisar se ele é refletido. Caso o globo esteja opaco, é sinal de que há algo de errado. “É preciso que o pediatra realize o teste ainda na maternidade, pois o tratamento precoce evita a cegueira”, alerta o médico. Há crianças que adquirem a doença posteriormente, tendo como causa algum trauma ou doença sistêmica - que pode afetar todo o organismo. Marco Rey afirma que os pais devem prestar atenção ao fotografar os filhos, pois “se o efeito vermelho causado pelo flash estiver ausente em um dos dois olhos, pode existir algum obstáculo, e o mais comum é a catarata”. Apesar de sua gravidade, a doença tem cura por meio de uma cirurgia, que é realizada por ultrassom, irrigação ou aspiração.
O processo consiste em esvaziar o cristalino e colocar uma lente em seu lugar. “Após a operação, é necessário um tratamento neuro-sensorial, feito por meio de uma espécie de fisioterapia. Para isso, basta fechar o outro olho e fazer com que a criança olhe pelo cirurgiado”, explica o oftalmologista, que alerta para o fato de que o acompanhamento deve ser contínuo, até a idade adulta.
Fonte: Tribuna do Norte
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