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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Perigo no Uso de Analgésicos

Medicamentos contra a dor são vendidos e consumidos sem qualquer preocupação
Apesar de não exigir o mesmo controle para compra que outros medicamentos, como os antibióticos, os analgésicos devem ser usados com parcimônia. Indicados para alívio da dor, seja ela aguda ou crônica, tais remédios podem ter sérios efeitos colaterais. Usados de maneira abusiva, acabam inclusive por se tornar a causa do problema que deveriam sanar - o que deflagra um ciclo perverso.

"Nenhum medicamento é inócuo", ressalta a toxicologista e professora da Universidade de Brasília (DF) Andrea Amoras. De acordo com a especialista, substâncias químicas têm efeitos diversos sobre o organismo, além daquele desejado. No caso dos analgésicos, somam-se ao alívio da dor reações em diferentes áreas do corpo. Um tipo comum, os anti-inflamatórios, por exemplo, atingem órgãos gastrointestinais, o sistema neurológico e o fígado, em maior ou menor intensidade.

A superdosagem pode causar problemas graves, principalmente em crianças e idosos. Outra complicação comum é a reação adversa por conta de interações entre medicamentos. Reações alérgicas também são possíveis. Para evitar as complicações, explica a toxicologista, o ideal seria procurar assistência médica toda vez que fosse necessário fazer uso de alguma medicação. Na prática, no entanto, o hábito é impossível. Não há como o sistema de saúde atender a todas as pessoas em qualquer caso de dor, tampouco que cada paciente corra para um médico ou para um hospital a cada sinal de mal-estar.

Em caso de dor desencadeada por algum episódio isolado e do qual se conhece a origem, como má digestão ou alguma pancada leve, é possível usar uma medicação com a qual se está acostumado. "A solução está no bom senso. Quando o episódio acontece uma vez e a causa é aparente, não é necessário se preocupar. São as dores frequentes e sem explicação que exigem atenção médica", explica o anestesista Mário Luiz Giublin, um dos fundadores da Sociedade Brasileira da Dor.

Para Andrea Amoras, há permissividade de campanhas publicitárias e dos próprios órgãos reguladores em relação à automedicação. O bom senso, segundo ela, também é a chave para o equilíbrio entre idas desnecessárias ao consultório médico e as chances de complicações devido ao mau uso de analgésicos. "Em crianças, no entanto, não se deve nunca fazer tratamento sem supervisão médica. Elas são mais vulneráveis a reações adversas. Muitas vezes, não se conhecem ainda possíveis alergias", destaca.

A principal maneira de lidar com tais situações, lembram os especialistas, é acabar com a causa do problema. Parece óbvio, mas é comum pessoas se conformarem em se automedicar com drogas que combatem a dor, em vez de sanar a fonte do problema. Nos casos crônicos em que a dor é a doença em si - mais raros -, os analgésicos também não são os únicos medicamentos indicados. Trata-se o problema com substâncias que atuam na área de sensibilização da dor no cérebro, como antidepressivos ou anticonvulsionantes.
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Fonte: Dn Online

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