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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Walfredo recebeu só 2,28% da verba prevista

Após 60 dias do decreto de calamidade pública, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), em Natal, só recebeu cerca de R$ 100 mil dos R$ 4,390 milhões previstos no Plano de Enfrentamento de Urgências e Emergências do Governo do Estado - apenas 2,28% da verba prevista. O dinheiro serviria para a reforma do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, compra de equipamentos de emergência, custeio e manutenção da unidade de saúde, a maior do Estado e que nos últimos meses só acumula problemas. Na semana passada, a UTI cardiológica deixou de receber pacientes por decisão dos médicos, inconformados com a falta de medicamentos. Ontem, centenas de pacientes aguardavam cirurgias ortopédicas, 78 deles espalhados nos corredores, alguns deitados no chão.

A direção da unidade diz estar de mãos atadas e que a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informa que a burocracia é grande para que a verba do SOS Emergências, por exemplo, chegue ao Walfredo. "A gente está esperando.Sabemos que outros hospitais já começaram as reformas, mas o nosso ainda infelizmente não. Esperamos que até o final dos 90 dias a verba chegue. Senão já teríamos desistido", diz Fátima Pinheiro, diretora do HWG. Enquanto os problemas burocráticos não são resolvidos, a bola de neve de caos se acumula.

Quando a reportagem esteve no hospital, apenas um paciente estava internado na UTI cardiológica. A diretora-geral do hospital, Fátima Pinheiro, afirmou que a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) reabastece semanalmente a unidade. "Houve falta de alguns itens, mas a forma de abastecer é por semana. Na sexta-feira recebemos os insumos que faltavam para as cinco UTIs do Walfredo. Os médicos da UTI cardiológica disseram que só vão permitir entrada de novos pacientes se a gente garantir que não vai faltar os remédios. Só que não temos como garantir isso porque a demanda aqui é muito grande", explica.

Com o fechamento dos seis leitos que ainda funcionam na UTI cardiológica (outros quatro foram desativadospor falta de pessoal), os pacientes tiveram que ficar internados no pronto-socorro, junto com outros pacientes. Os médicos plantonistas dizem que a volta dos serviços está condicionada a reposição dos insumos e medicamento. "Os cardiologistas decidiram suspender as internações até que o governo faça o abastecimento. Não tenho como prever quando a situação estará normalizada", afirma Francisco Braga, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern).

"Eu faço cirurgias de coluna. Temos um paciente lá em cima com duas vértebras quebradas e a cirurgia estava marcada para amanhã, depois de um mês esperando. Só que o prazo será novamente adiado porque não temos condições", disse o neurocirurgião Zeigle Fernandes. 

FONTE: Diário de Natal

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