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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Em greve, Samu Natal funciona com apenas 42% da frota


Em greve desde o dia 30 de agosto, os técnicos de enfermagem e enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) paralisaram suas atividades na região metropolitana de Natal. Desde então, apenas 42% da frota de ambulâncias está circulando na cidade, sendo cinco unidades básicas e duas avançadas (UTI), tornando a situação ainda mais difícil para quem precisa utilizar o serviço.
Segundo os servidores, as principais reivindicações da categoria envolvem os adicionais noturnos que foram retirados, a gratificação de um terço de férias que não estão sendo pagas, gratificação de plantão e péssimas condições de trabalho. A equipe de reportagem de O Jornal de Hoje esteve no local e conversou com alguns servidores que estavam na unidade sobre a situação apresentada. ” Não temos condições de trabalho. É um absurdo trabalharmos em ambulâncias sem ar condicionado, sucateadas e sem manutenção. Nós que somos funcionários, estamos, inclusive, adoecendo. Como os carros não estão tendo manutenção, já aconteceu do monóxido de carbono, ao invés de ser liberado pelo cano de escape da ambulância, ficar dentro dela e, com isso, os pacientes também são obrigados a respirar esse componente”, relatou um técnico de enfermagem que não quis se identificar.
Sobre a atual situação da greve do Samu Natal, o coordenador administrativo do órgão, Rodrigo Azevedo, explicou que o sindicato, juntamente com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren)  e a coordenação do Samu Natal se sensibilizaram e deixaram mais de 30% da frota em circulação para não prejudicar ainda mais a população. “É uma questão de bom senso. Esperamos chegar ao fim da greve ainda esta semana com a negociação entre servidores e Prefeitura”, afirma Rodrigo.
Ainda segundo Rodrigo Azevedo, o Samu Natal já tem garantido, para este ano, recursos para a construção de mais duas bases descentralizadas de saúde para a zona sul e zona norte de Natal. Com o objetivo de garantir um atendimento mais ágil à população, a previsão é de que as bases entrem em funcionamento até o mês de novembro. Além disso, o coordenador destacou que os médicos não aderiram à paralisação e que os atendimentos estão sendo realizados normalmente de acordo com a frota disponibilizada no período de greve.
Ainda sobre as reivindicações da categoria, os servidores também reclamaram da ausência das ‘motolâncias’, que prestavam um serviço rápido e eficaz à população. “As motos eram muito eficientes ao serviço, mas infelizmente, não tinham o cuidado necessário e sofriam desgastes pela falta de manutenção adequada. Além disso, não recebíamos os equipamentos de Proteção Ambiental,  chamados de EPI”, afirmou um  servidor que pediu para não ser identificado.  O mesmo servidor ainda recorda uma situação inusitada. “Já aconteceu também da gente estar conduzindo algum paciente  para uma determinada unidade e a porta da ambulância cair”, contou indignado. O funcionário aproveitou também para mostrar a situação do fardamento, recebido há bastante tempo, o que o leva a trabalhar com a farda rasgada.
Diante dessa situação, a coordenação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU, informou à população, que mesmo em greve, o serviço de orientação médica, socorro e remoção continua sendo oferecido aos usuários, normalmente, mesmo em frota reduzida, através do número 192. As reclamações de atendimento devem ser feitas pelo telefone 3232-9211.
Na tentativa de chamar a atenção da Prefeitura sobre as reivindicações, os servidores em greve do funcionalismo municipal ficarão acampados em frente ao Palácio Felipe Camarão a partir das 9h de amanhã. Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), Paulo Bandeira, até o momento não houve avanço. ” Teremos uma audiência pública, nesta quarta-feira, na Câmara Municipal de Natal, para expormos nossas principais reivindicações, já que até agora não houve nenhuma negociação”, pontuou.

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