Documento "secreto" mostra falhas graves no atendimento do SUS no Estado de SP. Espera por procedimentos chega a seis meses; gestantes não recebem anestesia.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) aponta problemas crônicos no atendimento aos pacientes nos hospitais paulistas. Entre os problemas enfrentados estão à espera por exames que chegam há seis meses e outro mais grave, que obriga as grávidas a enfrentarem o trabalho de parto sem a anestesia normalmente indicada.
Para se chegar a esses dados preocupantes, o chamado “Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS-SP”, o relatório obtido com exclusividade pelo UOL Notícias foi produzido com base em 350 mil respostas obtidas após o envio de cartas ou em telefonemas aos cidadãos atendidos em 2009 nas mais de 630 unidades que funcionam com recursos do SUS.
Entre os dados, destacam-se estatísticas alarmantes, como indicam especialistas ouvidos pelo UOL Notícias. Um escândalo médico registrado pelo levantamento “secreto” aponta que apenas 24% das grávidas que enfrentaram o trabalho de parto pelo SUS receberam anestesia raquidiana ou peridural, procedimentos que aliviam o sofrimento e que são considerados padrão às pacientes. E pior: 14% tiveram seus filhos tomando apenas um “banho morno” para aliviar a dor (o levantamento não especifica o tipo de parto, natural ou cesárea).
Para o presidente do Sinmed/RN, Dr. Geraldo Ferreira, médico anestesista é inconcebível que no Brasil, ainda persista a realidade de uma mãe ter filho com dor, quando é perfeitamente possível a presença do anestesiologista com práticas anestésicas que possibilita fazer desse momento , um momento de amor, sem dor.
Segundo Dr. Ronaldo Fixina, anestesista na cidade de Mossoró o principal fator para esse descaso com as gestantes é a falta de profissionais contratados para atender a demanda e ainda a desvalorização do médico anestesista com baixos honorários.
Fonte: Uol Noticias
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