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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pacientes poderão registrar em prontuário a quais procedimentos querem ser submetidos no fim da vida


Pacientes e médicos contarão, a partir desta sexta-feira (31), com regras que estabelecerão os critérios sobre o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos clínicos nos quais não exista qualquer possibilidade de recuperação. Sob o nome formal de diretiva antecipada de vontade, mas já conhecido como testamento vital, trata-se do registro do desejo expresso do paciente em documento, o que permitirá que a equipe que o atende tenha o suporte legal e ético para cumprir essa orientação.
 
A regra consta da Resolução 1.995, aprovada pelo plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM), que será publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de agosto. Assim, o paciente que optar pelo registro de sua diretiva antecipada de vontade poderá definir, com a ajuda de seu médico, os procedimentos considerados pertinentes e aqueles aos quais não quer ser submetido em caso de terminalidade da vida, por doença crônico-degenerativa.
 
Deste modo, poderá, por exemplo, expressar se não quer procedimentos de ventilação mecânica (uso de respirador artificial), tratamentos (medicamentoso ou cirúrgico) dolorosos ou extenuantes ou mesmo a reanimação na ocorrência de parada cardiorrespiratória.  Esses detalhes serão estabelecidos na relação médico-paciente, com registro formal em prontuário. O testamento vital é facultativo, poderá ser feito em qualquer momento da vida (mesmo por aqueles que gozam de perfeita saúde) e pode ser modificado ou revogado a qualquer momento.

 

Tomografia é mais eficaz que cateterismo para descobrir doenças coronárias

Um estudo internacional, que conta com a participação do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e de instituições de outros sete países, apontou que o exame em tomografia computadorizada de 320 cortes (TC 320) pode diagnosticar com mais precisão quais as pessoas que apresentam um quadro de dor torácica, sem diagnóstico de infarto, que vão necessitar de tratamento invasivo tal como uma angioplastia cardíaca ou uma cirurgia, procedimentos utilizados para restaurar o fluxo normal de sangue para o coração comprometido por uma obstrução nas artérias do órgão.

Atualmente, segundo o Incor, esse diagnóstico é feito com a utilização de dois exames: o cateterismo, que serve para identificar a existência e grau de obstrução das artérias do coração e a cintilografia com stress, que avalia se a obstrução está impedindo a chegada de sangue ao músculo cardíaco. No entanto, esses dois exames expõe o paciente a um maior nível de exposição à radiação e a risco de complicações. A utilização da TC 320 reduz até a metade a radiação a que ele é exposto em comparação aos outros dois exames.

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Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador da pesquisa no Incor e especialista em diagnóstico por imagem do hospital, Carlos Rochitte, disse que há outras vantagens na utilização da TC 320. “Com essa técnica, é um único exame, não invasivo, de 20 minutos”, falou.

Além disso, o custo do exame feito com a TC 320 é menor. De acordo com o Incor, o custo do cateterismo gira em torno de R$ 8 mil (R$ 6 mil pelo exame e mais R$ 2 mil de honorários médicos) e, da cintilografia com estresse, R$ 1,9 mil. O custo da tomografia computadorizada de 320 cortes fica em torno de R$ 3,3 mil.

Pessoas com dor no peito, mas não estão sofrendo um ataque cardíaco, formam o perfil do paciente que poderá se beneficiar do exame com a TC 320. “O paciente (indicado para o exame), basicamente, é aquele que tem suspeita forte de doença coronária, de meia idade, com colesterol alto, que fuma”, falou.

O estudo, que teve início no final de 2009, foi realizado em 16 hospitais de oito países e tem a coordenação da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos. “A importância do estudo é justamente o de poder identificar o paciente que realmente precisa ser tratado. Esperamos selecionar melhor os pacientes”, ressaltou o médico.

Rochitte não sabe estimar em quanto tempo esse exame poderá ser utilizado pelos hospitais brasileiros para diagnosticar uma doença coronária. “No Brasil, o Incor e o Einstein (Hospital Israelita Albert Einstein) têm esse equipamento e condições de fazer imediatamente. Os outros hospitais vão depender de se atualizarem ou de adotarem o protocolo para os equipamentos que contam no momento. Um dos projetos nossos para o futuro é de tentar expandir esse protocolo para os equipamentos que estão mais disponíveis como o TC 64 (que, segundo o Incor, trata-se de uma geração anterior do equipamento e está disponível praticamente em todos os hospitais de primeira linha públicos e privados do país)”, explicou.

O médico também vê uma possibilidade forte de que a realização desse exame possa ser coberta futuramente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Esperamos poder colocar isso no SUS o mais rápido possível”, disse.

Os 381 pacientes que participaram do estudo, 99 deles do Incor, vão continuar sendo acompanhados pelos pesquisadores por um prazo de cinco anos.

FONTE: Diário de Natal

Em greve, Samu Natal funciona com apenas 42% da frota


Em greve desde o dia 30 de agosto, os técnicos de enfermagem e enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) paralisaram suas atividades na região metropolitana de Natal. Desde então, apenas 42% da frota de ambulâncias está circulando na cidade, sendo cinco unidades básicas e duas avançadas (UTI), tornando a situação ainda mais difícil para quem precisa utilizar o serviço.
Segundo os servidores, as principais reivindicações da categoria envolvem os adicionais noturnos que foram retirados, a gratificação de um terço de férias que não estão sendo pagas, gratificação de plantão e péssimas condições de trabalho. A equipe de reportagem de O Jornal de Hoje esteve no local e conversou com alguns servidores que estavam na unidade sobre a situação apresentada. ” Não temos condições de trabalho. É um absurdo trabalharmos em ambulâncias sem ar condicionado, sucateadas e sem manutenção. Nós que somos funcionários, estamos, inclusive, adoecendo. Como os carros não estão tendo manutenção, já aconteceu do monóxido de carbono, ao invés de ser liberado pelo cano de escape da ambulância, ficar dentro dela e, com isso, os pacientes também são obrigados a respirar esse componente”, relatou um técnico de enfermagem que não quis se identificar.
Sobre a atual situação da greve do Samu Natal, o coordenador administrativo do órgão, Rodrigo Azevedo, explicou que o sindicato, juntamente com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren)  e a coordenação do Samu Natal se sensibilizaram e deixaram mais de 30% da frota em circulação para não prejudicar ainda mais a população. “É uma questão de bom senso. Esperamos chegar ao fim da greve ainda esta semana com a negociação entre servidores e Prefeitura”, afirma Rodrigo.
Ainda segundo Rodrigo Azevedo, o Samu Natal já tem garantido, para este ano, recursos para a construção de mais duas bases descentralizadas de saúde para a zona sul e zona norte de Natal. Com o objetivo de garantir um atendimento mais ágil à população, a previsão é de que as bases entrem em funcionamento até o mês de novembro. Além disso, o coordenador destacou que os médicos não aderiram à paralisação e que os atendimentos estão sendo realizados normalmente de acordo com a frota disponibilizada no período de greve.
Ainda sobre as reivindicações da categoria, os servidores também reclamaram da ausência das ‘motolâncias’, que prestavam um serviço rápido e eficaz à população. “As motos eram muito eficientes ao serviço, mas infelizmente, não tinham o cuidado necessário e sofriam desgastes pela falta de manutenção adequada. Além disso, não recebíamos os equipamentos de Proteção Ambiental,  chamados de EPI”, afirmou um  servidor que pediu para não ser identificado.  O mesmo servidor ainda recorda uma situação inusitada. “Já aconteceu também da gente estar conduzindo algum paciente  para uma determinada unidade e a porta da ambulância cair”, contou indignado. O funcionário aproveitou também para mostrar a situação do fardamento, recebido há bastante tempo, o que o leva a trabalhar com a farda rasgada.
Diante dessa situação, a coordenação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU, informou à população, que mesmo em greve, o serviço de orientação médica, socorro e remoção continua sendo oferecido aos usuários, normalmente, mesmo em frota reduzida, através do número 192. As reclamações de atendimento devem ser feitas pelo telefone 3232-9211.
Na tentativa de chamar a atenção da Prefeitura sobre as reivindicações, os servidores em greve do funcionalismo municipal ficarão acampados em frente ao Palácio Felipe Camarão a partir das 9h de amanhã. Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), Paulo Bandeira, até o momento não houve avanço. ” Teremos uma audiência pública, nesta quarta-feira, na Câmara Municipal de Natal, para expormos nossas principais reivindicações, já que até agora não houve nenhuma negociação”, pontuou.

Walfredo recebeu só 2,28% da verba prevista

Após 60 dias do decreto de calamidade pública, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), em Natal, só recebeu cerca de R$ 100 mil dos R$ 4,390 milhões previstos no Plano de Enfrentamento de Urgências e Emergências do Governo do Estado - apenas 2,28% da verba prevista. O dinheiro serviria para a reforma do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, compra de equipamentos de emergência, custeio e manutenção da unidade de saúde, a maior do Estado e que nos últimos meses só acumula problemas. Na semana passada, a UTI cardiológica deixou de receber pacientes por decisão dos médicos, inconformados com a falta de medicamentos. Ontem, centenas de pacientes aguardavam cirurgias ortopédicas, 78 deles espalhados nos corredores, alguns deitados no chão.

A direção da unidade diz estar de mãos atadas e que a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informa que a burocracia é grande para que a verba do SOS Emergências, por exemplo, chegue ao Walfredo. "A gente está esperando.Sabemos que outros hospitais já começaram as reformas, mas o nosso ainda infelizmente não. Esperamos que até o final dos 90 dias a verba chegue. Senão já teríamos desistido", diz Fátima Pinheiro, diretora do HWG. Enquanto os problemas burocráticos não são resolvidos, a bola de neve de caos se acumula.

Quando a reportagem esteve no hospital, apenas um paciente estava internado na UTI cardiológica. A diretora-geral do hospital, Fátima Pinheiro, afirmou que a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) reabastece semanalmente a unidade. "Houve falta de alguns itens, mas a forma de abastecer é por semana. Na sexta-feira recebemos os insumos que faltavam para as cinco UTIs do Walfredo. Os médicos da UTI cardiológica disseram que só vão permitir entrada de novos pacientes se a gente garantir que não vai faltar os remédios. Só que não temos como garantir isso porque a demanda aqui é muito grande", explica.

Com o fechamento dos seis leitos que ainda funcionam na UTI cardiológica (outros quatro foram desativadospor falta de pessoal), os pacientes tiveram que ficar internados no pronto-socorro, junto com outros pacientes. Os médicos plantonistas dizem que a volta dos serviços está condicionada a reposição dos insumos e medicamento. "Os cardiologistas decidiram suspender as internações até que o governo faça o abastecimento. Não tenho como prever quando a situação estará normalizada", afirma Francisco Braga, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern).

"Eu faço cirurgias de coluna. Temos um paciente lá em cima com duas vértebras quebradas e a cirurgia estava marcada para amanhã, depois de um mês esperando. Só que o prazo será novamente adiado porque não temos condições", disse o neurocirurgião Zeigle Fernandes. 

FONTE: Diário de Natal

Recebimento de medicamentos garante funcionamento da UTI Cardiológica no HMWG


A Diretora Geral do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), Fátima Pinheiro, falou na manhã desta segunda feira (3) sobre a atual situação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Coronariana, ameaçada de fechamento, pelos médicos,desde a última sexta-feira (31). De acordo com a diretora, todos os 14 itens questionados pelo corpo de cardiologistas do hospital como sendo fundamentais para garantir a assistência aos pacientes que estavam internos na UTI cardiológica, já foram repostos.
Porém, mesmo com a chegada de todas as drogas ainda na tarde de sexta-feira, os cardiologistas agora questionam as quantidades fornecidas ao Walfredo Gurgel. Segundo eles, o que chegou só daria para uma semana. Eles querem que, tanto a direção, quanto o Governo do Estado , garantam o abastecimento de todos os medicamentos por um período de, pelo menos, 30 dias.
A solicitação dos médicos, atualmente, não corresponde a realidade do HMWG. O envio de remédios para a unidade via Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), acontece uma vez por semana. O pedido é enviado pelo hospital toda segunda-feira e recebido toda quarta-feira. As quantidades entregues, por conseguinte, também obedecem a este padrão de duração semanal.
Fátima esclareceu que com um número de atendimentos sempre tão alto e inconstante como o do Walfredo Gurgel, fica difícil conseguir planejar e adquirir todos os medicamentos utilizados sem que nunca haja faltas. “Hoje podemos ter 30 pacientes no corredor e amanhã 100. Enquanto o problema da demanda não for resolvido, não haverá medicação suficiente”, prevê a diretora.
Atualmente, dos seis leitos disponíveis que possui, a UTI Cardiológica tem apenas um paciente que continua internado sob os cuidados das equipes de plantão. O paciente ainda não tem previsão de alta.