Carta da medicina para um médico:
"Eu não tenho resposta para tudo.
Se me perguntarem como você poderia me perdoar pelo tanto que exigi e continuo exigindo de vc, eu não saberia responder.
Mesmo assim, eu gostaria de aproveitar essa carta para lhe pedir perdão.
Perdão por tirar tantas horas da sua juventude, absorvendo vc com as intermináveis páginas dos meus livros.
Perdão por lhe tomar tantas noites de descanso, embalando vc em exaustivos plantões.
Perdão pelos momentos de diversão que vc abriu mão por me levar tão a sério.
Perdão à sua familia. Disputar comigo não é fácil. E a compreensão dessas pessoas que estão ao seu lado pode ensinar muito sobre esse sentimento chamado amor.
Perdão por nem sempre ter as respostas para tudo. E muitas vezes ter que assistir vc enfrentar sozinho esse nosso inimigo implacável: a dor.
Como eu poderia agradecer a vida que vc me dedicou a mim?
Eu não sei. Eu não tenho a resposta pra tudo.
Mas se me perguntaremqual é meu maior motivo de orgulho, eu tenho a resposta:
É você.
Sinceramente,
Medicina."
(Autor desconhecido)
E Feliz dia do Médico a todos futuros e atuais Médicos!
É o que desejamos nós do CAMED UnP
- GESTÃO 2013 - Quem sabe faz agora!
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
KPC - Distrito Federal tem 163 registros confirmados
Chega a 187 o número de notificações de infecção provocada pela superbactéria KPC no Distrito Federal. Desse total, 163 foram confirmados e 24 estão em investigação. Há ainda outros 95 registros de pacientes que podem estar contaminados.
Dos 18 óbitos entre pessoas que apresentavam a bactéria, 14 comprovadamente morreram por causa das complicações decorrentes dela. O surto no DF atinge 17 hospitais - 9 instituições públicas 8 particulares.
A KPC é uma cepa da bactéria Klebisiella pneumoniae. O primeiro caso identificado no País ocorreu em 2005, em São Paulo. Quatro anos depois, veio o segundo caso, em Londrina.
Outro problema para o controle no País é que, embora esteja previsto há 12 anos, Estados no Brasil ainda não têm coordenações locais de controle de infecção hospitalar.
Atualmente, três Estados não têm nenhuma estrutura: Amapá, Rondônia e Rio Grande do Norte. Nos Estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Sergipe as coordenações atuam extra oficialmente.
Fonte: Estadão domingo, 10 de outubro de 2010
Luto - Falecimento da professora Dulcimar
Lamentamos a perda da nossa alegre professora Dulcimar que hoje descansou no SENHOR.
Para nós, os discentes do curso de Medicina/UnP, ficará uma lacuna devido a ausência desta grande profissional que sempre nos atendia e ministrava as suas aulas com carinho e dedicação.
Professora Dulcimar, tão cedo partiu, mas para sempre ficará na memória de nosso curso.
Atenciosamente,
CAMED UnP - Centro Academico de Medicina da UnP
Gestão 2009 - 2010
ALIANÇA - "Avançando para ser referência"
http://camedicinaunp.blogspot.com/ - ACESSEM!!!!
e-mail: medicinacaunp@hotmail.com
Para nós, os discentes do curso de Medicina/UnP, ficará uma lacuna devido a ausência desta grande profissional que sempre nos atendia e ministrava as suas aulas com carinho e dedicação.
Professora Dulcimar, tão cedo partiu, mas para sempre ficará na memória de nosso curso.
Atenciosamente,
CAMED UnP - Centro Academico de Medicina da UnP
Gestão 2009 - 2010
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
Cientistas refinam botox para uso médico contra Parkinson e enxaqueca
Cientistas britânicos desenvolveram uma nova forma de unir e reconstruir moléculas e usá-las para refinar o antirrugas botox. O esforço pode melhorar a utilização do botox no tratamento do Parkinson, paralisia cerebral e enxaqueca crônica.
Pesquisadores do Laboratório de Investigação Médica do Conselho de Biologia Molecular disseram que os resultados também abrem caminhos para desenvolver novas formas de Clostridium botulinum da neurotoxina, vulgarmente conhecida como botox, que pode ser utilizada como analgésico a longo prazo.
"Agora, será possível produzir medicamentos à base de botox por um caminho mais seguro e econômico", disse Bazbek Davletov, que liderou o estudo.
Ao quebrar as moléculas de botox em dois blocos distintos, a equipe de Davletov foi capaz de produzi-los separadamente e de forma segura e, em seguida, juntou-os novamente, segundo em um relatório de trabalho no PNAS (Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos).
O novo método produziu uma molécula refinada como a do botox, de acordo com eles, que seria prática para uso clínico e não teria efeitos tóxicos indesejáveis.
Nos últimos anos, o botox tem sido usado cada vez mais usado como tratamento médico por profissionais que exploram sua capacidade de relaxar os músculos e os nervos, seja para tentar controlar espasmos e tremores em pacientes com Parkinson, ou para aliviar a dor.
Em julho, o Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a droga --vendida sob a marca botox pela Allergan-- como tratamento para a enxaqueca.
Mas a substância é extremamente tóxica e só pode ser usada de forma muito diluída, um fator que limita seu desenvolvimento para outros usos.
Davletov disse que a nova técnica de refino poderia permitir aos cientistas outras formas de produção de botox com maior uso medicinal, como um analgésico de longa duração, por exemplo.
"Esta é a primeira vez em que fomos capazes de tratar as moléculas de proteína, como blocos de construção, combinando-as a fim de criar uma base de tratamento que não era possível anteriormente", disse ele.
O método pode permitir que os pesquisadores desenvolvam uma forma de alívio da dor crônica que pode durar tanto tempo quanto uma única injeção de botox --entre quatro e seis meses, disse ele.
Pesquisadores do Laboratório de Investigação Médica do Conselho de Biologia Molecular disseram que os resultados também abrem caminhos para desenvolver novas formas de Clostridium botulinum da neurotoxina, vulgarmente conhecida como botox, que pode ser utilizada como analgésico a longo prazo.
"Agora, será possível produzir medicamentos à base de botox por um caminho mais seguro e econômico", disse Bazbek Davletov, que liderou o estudo.
Ao quebrar as moléculas de botox em dois blocos distintos, a equipe de Davletov foi capaz de produzi-los separadamente e de forma segura e, em seguida, juntou-os novamente, segundo em um relatório de trabalho no PNAS (Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos).
O novo método produziu uma molécula refinada como a do botox, de acordo com eles, que seria prática para uso clínico e não teria efeitos tóxicos indesejáveis.
Nos últimos anos, o botox tem sido usado cada vez mais usado como tratamento médico por profissionais que exploram sua capacidade de relaxar os músculos e os nervos, seja para tentar controlar espasmos e tremores em pacientes com Parkinson, ou para aliviar a dor.
Em julho, o Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a droga --vendida sob a marca botox pela Allergan-- como tratamento para a enxaqueca.
Mas a substância é extremamente tóxica e só pode ser usada de forma muito diluída, um fator que limita seu desenvolvimento para outros usos.
Davletov disse que a nova técnica de refino poderia permitir aos cientistas outras formas de produção de botox com maior uso medicinal, como um analgésico de longa duração, por exemplo.
"Esta é a primeira vez em que fomos capazes de tratar as moléculas de proteína, como blocos de construção, combinando-as a fim de criar uma base de tratamento que não era possível anteriormente", disse ele.
O método pode permitir que os pesquisadores desenvolvam uma forma de alívio da dor crônica que pode durar tanto tempo quanto uma única injeção de botox --entre quatro e seis meses, disse ele.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Nicolelis recebe nova distinção dos NIH
Agência FAPESP – O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, nos Estados Unidos, foi distinguido novamente pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH).
Nicolelis foi anunciado nesta quinta-feira (30/9) como um dos escolhidos para receber o NIH Director’s Transformative R01 Award em 2010, que concederá cerca de US$ 4 milhões para aplicação no desenvolvimento de uma nova terapia para o mal de Parkinson.
Segundo o NIH, a pesquisa, que vem sendo conduzida há alguns anos, é “arrojada, criativa e de alto impacto”. Há apenas dois meses, Nicolelis foi um dos contemplados do Director’s Pioneer Award, outro programa de apoio a pesquisas dos NIH. O auxílio consiste em US$ 2,5 milhões para investir em estudos com interface cérebro-máquina, área em que o cientista é um dos maiores expoentes no mundo.
Nicolelis é o primeiro cientista a receber no mesmo ano o Director’s Pioneer Award e o Director’s Transformative R01 Award.
O novo apoio permitirá que Nicolelis continue seu trabalho inovador no desenvolvimento de um novo método de estimulação, que se constitui a primeira terapia potencial que tem como alvo a medula espinhal, e não o cérebro, podendo resultar em abordagem eficiente e menos invasiva para o tratamento de Parkinson.
O cientista pretende usar os recursos para viabilizar o desenvolvimento de próteses para melhorar as habilidades motoras debilitadas em estágios avançados da doença.
O objetivo é que os dispositivos estimulem eletricamente a medula. O grupo de Nicolelis obteve sucesso ao devolver movimentos normais em camundongos com capacidade motora interrompida poucos segundos após o dispositivo ser ligado.
“As opções de tratamento atuais para a doença de Parkinson estão frequentemente associadas com efeitos colaterais, costumam perder a eficácia com o tempo ou são invasivas e usadas como última opção. O estímulo da espinha dorsal é fácil de ser feito, significativamente menos invasivo e tem o potencial de uso generalizado em conjunto com medicamentos tipicamente usados no tratamento de Parkinson”, disse Nicolelis.
O pesquisador estuda há mais de 20 anos os princípios neurofisiológicos básicos que permitem que circuitos neurais no cérebro de mamíferos produzam comportamentos sensoriais, motores e cognitivos. Tem desenvolvido abordagens experimentais e inovadoras que combinam enfoques computacionais, genéticos, eletrofisiológicos, farmacológicos e comportamentais.
O conhecimento resultante tem possibilitado a evolução da tecnologia cérebro-máquina, um campo revolucionário no qual Nicolelis é pioneiro, em uma ampla variedade de terapias clínicas.
Por meio da tecnologia cérebro-máquina, o grupo do brasileiro tem demonstrado que humanos e outros primatas podem usar efetivamente a atividade elétrica derivada de seus cérebros para controlar diretamente o movimento de dispositivos artificiais e complexos, como próteses e ferramentas computacionais.
Nicolelis graduou-se em medicina pela Universidade de São Paulo (1984), onde fez o doutorado em ciências-fisiologia geral (1989), com Bolsa da FAPESP. É também professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
Fonte: www.natalneuro.org.br
Nicolelis foi anunciado nesta quinta-feira (30/9) como um dos escolhidos para receber o NIH Director’s Transformative R01 Award em 2010, que concederá cerca de US$ 4 milhões para aplicação no desenvolvimento de uma nova terapia para o mal de Parkinson.
Segundo o NIH, a pesquisa, que vem sendo conduzida há alguns anos, é “arrojada, criativa e de alto impacto”. Há apenas dois meses, Nicolelis foi um dos contemplados do Director’s Pioneer Award, outro programa de apoio a pesquisas dos NIH. O auxílio consiste em US$ 2,5 milhões para investir em estudos com interface cérebro-máquina, área em que o cientista é um dos maiores expoentes no mundo.
Nicolelis é o primeiro cientista a receber no mesmo ano o Director’s Pioneer Award e o Director’s Transformative R01 Award.
O novo apoio permitirá que Nicolelis continue seu trabalho inovador no desenvolvimento de um novo método de estimulação, que se constitui a primeira terapia potencial que tem como alvo a medula espinhal, e não o cérebro, podendo resultar em abordagem eficiente e menos invasiva para o tratamento de Parkinson.
O cientista pretende usar os recursos para viabilizar o desenvolvimento de próteses para melhorar as habilidades motoras debilitadas em estágios avançados da doença.
O objetivo é que os dispositivos estimulem eletricamente a medula. O grupo de Nicolelis obteve sucesso ao devolver movimentos normais em camundongos com capacidade motora interrompida poucos segundos após o dispositivo ser ligado.
“As opções de tratamento atuais para a doença de Parkinson estão frequentemente associadas com efeitos colaterais, costumam perder a eficácia com o tempo ou são invasivas e usadas como última opção. O estímulo da espinha dorsal é fácil de ser feito, significativamente menos invasivo e tem o potencial de uso generalizado em conjunto com medicamentos tipicamente usados no tratamento de Parkinson”, disse Nicolelis.
O pesquisador estuda há mais de 20 anos os princípios neurofisiológicos básicos que permitem que circuitos neurais no cérebro de mamíferos produzam comportamentos sensoriais, motores e cognitivos. Tem desenvolvido abordagens experimentais e inovadoras que combinam enfoques computacionais, genéticos, eletrofisiológicos, farmacológicos e comportamentais.
O conhecimento resultante tem possibilitado a evolução da tecnologia cérebro-máquina, um campo revolucionário no qual Nicolelis é pioneiro, em uma ampla variedade de terapias clínicas.
Por meio da tecnologia cérebro-máquina, o grupo do brasileiro tem demonstrado que humanos e outros primatas podem usar efetivamente a atividade elétrica derivada de seus cérebros para controlar diretamente o movimento de dispositivos artificiais e complexos, como próteses e ferramentas computacionais.
Nicolelis graduou-se em medicina pela Universidade de São Paulo (1984), onde fez o doutorado em ciências-fisiologia geral (1989), com Bolsa da FAPESP. É também professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
Fonte: www.natalneuro.org.br
sábado, 2 de outubro de 2010
Estudo vincula déficit de atenção e hiperatividade a mutação genética
TDAH não é causado por inabilidade dos pais em educar, dizem cientistas.
Pesquisa publicada na revista 'The Lancet' analisou 366 crianças.
Cientistas britânicos dizem ter encontrado, pela primeira vez, evidências da existência de uma raiz genética para a condição conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Outros especialistas questionaram veementemente as conclusões da equipe da Cardiff University
A equipe, da Cardiff University, no País de Gales, Grã-Bretanha, afirma em um artigo na revista científica "The Lancet" que a condição, que afeta crianças em todo o mundo, resulta de um problema no cérebro - como o autismo, por exemplo - e não de uma inabilidade dos pais em educar seus filhos.
O estudo envolveu análises de partes do DNA de 366 crianças diagnosticadas com a condição.
Outros especialistas, no entanto, questionaram veementemente as declarações da equipe, argumentando que apenas um pequeno grupo das crianças com TDAH estudadas apresentou as alterações no DNA e que, na maioria dos casos, a condição seria resultante de uma combinação entre causas genéticas e fatores externos.
Na Grã-Bretanha, estima-se que 2% das crianças sofram do problema.
Elas tendem a ser agitadas e impulsivas e podem ter tendências destrutivas, além de apresentar problemas sérios na escola e na vida familiar.
Estudo
Os pesquisadores compararam amostras do DNA de crianças com TDAH com o DNA de 1.047 pessoas que não sofriam da condição.
Eles constataram que 15% das crianças com o distúrbio tinham alterações grandes e raras no seu DNA, em comparação com apenas 7% no outro grupo.
Uma das integrantes da equipe da Cardiff University, Anita Thapar, disse: "Descobrimos que, em comparação com o grupo de controle, as crianças com TDAH têm muito maior incidência de pedaços de DNA duplicados ou faltando".
"Isso é muito empolgante porque nos dá o primeiro vínculo genético direto com TDAH".
"Analisamos vários fatores potenciais de risco no ambiente - como a contribuição dos pais ou o que acontece antes do nascimento - mas não há evidências que confirmem que (esses fatores) estariam associados ao TDAH".
"Há muita incompreensão por parte do público em relação ao TDAH", ela disse. "Algumas pessoas dizem que não é um transtorno, ou que o problema resulta da inadequação dos pais".
"A descoberta de um vínculo direto deveria corrigir esse estigma."
A equipe de Thapar enfatizou que não há um único gene por trás da condição e que a pesquisa está em um estágio muito inicial para que haja algum teste para o problema.
Mas o grupo espera que o estudo auxilie na compreensão das bases biológicas do TDAH, o que poderia, um dia, resultar em novos tratamentos.
Repercussão
Andrea Bilbow, diretora executiva de uma entidade britânica de apoio a famílias que enfrentam o problema, a ADDIS, disse estar animada:
"Sempre soubemos que havia um vínculo genético, com base em estudos e evidências empíricas. Esse trabalho vai nos ajudar a lidar com os céticos de maneira mais confiante. Eles estão sempre prontos a culpar os pais ou os professores."
Outros especialistas, no entanto, foram bastante críticos em relação ao estudo.
O diretor de uma entidade britânica ligada à saúde mental, Tim Kendall, disse que o TDAH é causado por vários fatores, e que associá-lo exclusivamente a causas genéticos poderia resultar em tratamentos incorretos.
"Tenho certeza de que esses estudos não vão produzir evidências inquestionáveis de que o TDAH é causado apenas geneticamente."
"Estou dizendo que (a condição resulta de) uma mistura de fatores genéticos e ambientais e que o importante é que não acabemos pensando que isso é um problema biológico sujeito apenas a tratamentos biológicos como (o remédio) Ritalina."
Um psicólogo infantil, Oliver James, citou estudos anteriores que observaram o efeito da ansiedade entre mulheres grávidas e dificuldades de relacionamento entre mães e seus bebês logo após o nascimento.
Ele disse: "Apenas 57 das 366 crianças com TDAH tinham a variação genética que seria a suposta causa da condição. Isso indica que, na vasta maioria dos casos, outros fatores são a causa principal."
Pesquisa publicada na revista 'The Lancet' analisou 366 crianças.
Cientistas britânicos dizem ter encontrado, pela primeira vez, evidências da existência de uma raiz genética para a condição conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Outros especialistas questionaram veementemente as conclusões da equipe da Cardiff University
A equipe, da Cardiff University, no País de Gales, Grã-Bretanha, afirma em um artigo na revista científica "The Lancet" que a condição, que afeta crianças em todo o mundo, resulta de um problema no cérebro - como o autismo, por exemplo - e não de uma inabilidade dos pais em educar seus filhos.
O estudo envolveu análises de partes do DNA de 366 crianças diagnosticadas com a condição.
Outros especialistas, no entanto, questionaram veementemente as declarações da equipe, argumentando que apenas um pequeno grupo das crianças com TDAH estudadas apresentou as alterações no DNA e que, na maioria dos casos, a condição seria resultante de uma combinação entre causas genéticas e fatores externos.
Na Grã-Bretanha, estima-se que 2% das crianças sofram do problema.
Elas tendem a ser agitadas e impulsivas e podem ter tendências destrutivas, além de apresentar problemas sérios na escola e na vida familiar.
Estudo
Os pesquisadores compararam amostras do DNA de crianças com TDAH com o DNA de 1.047 pessoas que não sofriam da condição.
Eles constataram que 15% das crianças com o distúrbio tinham alterações grandes e raras no seu DNA, em comparação com apenas 7% no outro grupo.
Uma das integrantes da equipe da Cardiff University, Anita Thapar, disse: "Descobrimos que, em comparação com o grupo de controle, as crianças com TDAH têm muito maior incidência de pedaços de DNA duplicados ou faltando".
"Isso é muito empolgante porque nos dá o primeiro vínculo genético direto com TDAH".
"Analisamos vários fatores potenciais de risco no ambiente - como a contribuição dos pais ou o que acontece antes do nascimento - mas não há evidências que confirmem que (esses fatores) estariam associados ao TDAH".
"Há muita incompreensão por parte do público em relação ao TDAH", ela disse. "Algumas pessoas dizem que não é um transtorno, ou que o problema resulta da inadequação dos pais".
"A descoberta de um vínculo direto deveria corrigir esse estigma."
A equipe de Thapar enfatizou que não há um único gene por trás da condição e que a pesquisa está em um estágio muito inicial para que haja algum teste para o problema.
Mas o grupo espera que o estudo auxilie na compreensão das bases biológicas do TDAH, o que poderia, um dia, resultar em novos tratamentos.
Repercussão
Andrea Bilbow, diretora executiva de uma entidade britânica de apoio a famílias que enfrentam o problema, a ADDIS, disse estar animada:
"Sempre soubemos que havia um vínculo genético, com base em estudos e evidências empíricas. Esse trabalho vai nos ajudar a lidar com os céticos de maneira mais confiante. Eles estão sempre prontos a culpar os pais ou os professores."
Outros especialistas, no entanto, foram bastante críticos em relação ao estudo.
O diretor de uma entidade britânica ligada à saúde mental, Tim Kendall, disse que o TDAH é causado por vários fatores, e que associá-lo exclusivamente a causas genéticos poderia resultar em tratamentos incorretos.
"Tenho certeza de que esses estudos não vão produzir evidências inquestionáveis de que o TDAH é causado apenas geneticamente."
"Estou dizendo que (a condição resulta de) uma mistura de fatores genéticos e ambientais e que o importante é que não acabemos pensando que isso é um problema biológico sujeito apenas a tratamentos biológicos como (o remédio) Ritalina."
Um psicólogo infantil, Oliver James, citou estudos anteriores que observaram o efeito da ansiedade entre mulheres grávidas e dificuldades de relacionamento entre mães e seus bebês logo após o nascimento.
Ele disse: "Apenas 57 das 366 crianças com TDAH tinham a variação genética que seria a suposta causa da condição. Isso indica que, na vasta maioria dos casos, outros fatores são a causa principal."
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